ATD Quarto Mundo e Comunidade Bahá’í do Brasil promoveram
uma roda de conversa ontem, dia 17, na Cúpula dos Povos sobre participação
universal como uma ferramenta chave para a redução de desigualdades sociais e
econômicas.
A atividade contou com a participação de 70 pessoas de
diversas organizações e indivíduos interessados em compartilhar experiências locais sobre participação e alertar sobre como em geral, no
Brasil e no mundo, não são realizados processos efetivos de consulta com
comunidades que serão impactadas por projetos de desenvolvimento.
Segundo Daniella Hiche, membro da delegação de bahá’ís
brasileiros que participam da Cúpula dos Povos, “a participação universal permite
que seja contemplada toda a diversidade de perspectivas para se solucionar
situações complexas”. Ela comparou a Cúpula dos Povos a uma amostra da
humanidade, onde diversos grupos trazem sua cosmovisão e abordagem para
construirmos juntos uma visão e processo para que cada indivíduo seja sujeito
de direito e protagonista da transformação para o bem coletivo.
“Confiança é o primeiro passo para integrar populações e
indivíduos tipicamente excluídos de processos de tomada de decisão”, explicou
Eduardo Simas, membro da delegação do Movimento ATD Quarto Mundo . Este movimento trabalha com ações que incluem os mais
pobres do mundo em processos de consulta e decisão que visam erradicar a
pobreza.
A ideia de que se confiarmos uns nos outros, tanto no plano
individual como institucional, e reconhecermos que seremos cuidados pelo todo e
que também somos responsáveis por cuidar do bem-estar do todo muda o enfoque
das relações de poder que hoje restringem a participação de uma diversidade de
pessoas que podem solucionar os extremos de desigualdade.
Um participante do Peru explicou que a participação da
sociedade nos processos democráticos não se dá somente por meio do voto, mas também
pelo acompanhamento e envolvimento constante nas discussões e espaços de tomada
de decisão que vão desde o nível local, como uma comunidade tradicional indígena,
até o internacional, como a Rio+20.
Foi unânime a sensação de que processos de consulta que
assegurem a participação daqueles que são os mais afetados pela desigualdade,
os mais pobres e excluídos, são mais demorados, pois a humanidade está
aprendendo a ser inclusiva. Por outro lado, todos foram inspirados a levar
adiante a ideia para seus grupos e comunidades depois de ouvirem as
experiências de sucesso da ATD Quarto Mundo e Comunidade Bahá’í que acontecem
no mundo todo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário