Nesta quarta-feira (13), foi
aberta oficialmente a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, da qual participam chefes de Estado e
representantes governamentais de centenas de países. Hoje (15) tem início o
evento paralelo organizado pela sociedade civil global, conhecido como “Cúpula
dos Povos”.
Diplomatas, jornalistas,
empresários, políticos, ativistas ambientais participam dos eventos realizados
no Rio Centro e no Aterro do Flamengo com o propósito de buscar soluções para a
crise global. A Comunidade Bahá'í também marca presença no evento sem
precedentes na história das Nações Unidas, com uma delegação de cerca de 50
participantes, entre brasileiros e estrangeiros.
Entre as atividades promovidas
pela Comunidade Bahá'ís na Cúpula dos Povos destacam-se os painéis “O Papel da
Religião na Sociedade” e “Princípios Espirituais para o Desenvolvimento”, que
serão realizados no âmbito da tenda Religiões por Direitos. A oficina
“Participação Universal na Solução das Desigualdades Sociais e Econômicas: Um
Novo Paradigma de Desenvolvimento”, promovida conjuntamente com a organização
ATD Quarto Mundo.
Os bahá'ís participarão também de
outras atividades promovidas pela sociedade civil, com destaque para a vigília
de orações pelo sucesso da Rio+20, momentos de espiritualidade diária e uma
marcha coletiva pela sustentabilidade. Membros da delegação bahá'í para a
Rio+20 estão envolvidos ainda em atividades da programação da Conferência
oficial.
Segundo Daniella Hiche,
representante da Comunidade Bahá'í do Brasil, o objetivo da participação bahá'í
é promover a disseminação da visão bahá'í sobre a prosperidade dos povos, que
está alicerçada em três princípios: unidade, justiça e direitos humanos.
Há 20 anos, a comunidade mundial
discutiu sobre as ações necessárias para superar a injustiça social no
histórico Fórum Global conhecido como Eco-92. Ainda há muito o que avançar em
termos do estabelecimento da sustentabilidade do planeta. “A cada ano que
passa, a população mundial aumenta e os recursos se tornam mais escassos,
insuficientes para atender às crescentes demandas de consumo”, analisa
Daniella.
“Nossa expectativa é que possamos
trazer o componente espiritual para as conversas relacionadas com o
desenvolvimento”, afirma a representante bahá'í. “Esperamos poder contribuir
com uma perspectiva de desenvolvimento que, para além da redução da pobreza,
possa também pensar em meios de diminuir a discrepância entre ricos e pobres”.
“Enquanto a riqueza acumulada por
poucos não for utilizada para a melhoria das condições de vida para toda a
humanidade, os esforços para diminuir a pobreza por meio do acesso a bens de
consumo serão em vão”, prossegue Daniella. “Precisamos
mudar o modelo de desenvolvimento com urgência, desenvolver e difundir
tecnologias adequadas às realidades locais e que considerem que o bem estar da
humanidade só pode advir da harmonia com a natureza”, defende.
Segundo Mary Caetana Aune, que
também faz parte da delegação bahá'í, “é necessário haver uma quebra de
paradigma para integrar as dimensões ambientais, econômicas e sociais e ser
mais exigente com o cumprimento dos objetivos traçados”. Mary destaca que o
fator fundamental para o desenvolvimento sustentável do planeta é o
reconhecimento da unidade da humanidade. “Devemos nos unir para reduzir a
pobreza, promover a equidade social e assegurar a proteção do meio ambiente”,
concluiu.
A Rio+20 e a Cúpula
dos Povos acontecem, respectivamente, até os dias 22 e 23 de junho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário