Comunidade Bahá’í celebra data de nascimento de seu Fundador

Neste sábado, 12 de novembro, membros da segunda religião mais difundida no mundo em temos geográficos comemorarão o aniversário de Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í, nascido em 1817 na antiga Pérsia (atual Irã). De acordo com a Enciclopédia Britânica, sete milhões de bahá’ís presentes em 188 países e territórios seguem o calendário da religião. Os bahá'ís brasileiros já somam cerca de 60 mil pessoas.


O programa da celebração se diferencia de acordo com cada Comunidade Bahá’í do Brasil e do mundo, mas em geral todas trazem uma introdução à biografia de Bahá’u’lláh, um momento devocional em que são lidas orações e textos sagrados, apresentações artísticas e uma confraternização entre os presentes. Em Brasília (DF), o evento aberto ao público ocorrerá a partir das 17h na Escola das Nações, localizada na Área Especial da QI 21, conjunto 1 – Lago Sul.

Os seguidores de Bahá’u’lláh acreditam na unidade do gênero humano, na igualdade de direitos e oportunidades entre o homem e a mulher, na harmonia entre a ciência e a religião, na existência de um único Deus. Em suas comunidades, envolvem-se em ações voltadas para a eliminação dos extremos de riqueza e pobreza, pela unidade das religiões e pela paz universal. As atividades de ação social promovidas pelos bahá'ís em todo o mundo são abertas à participação da sociedade em geral.

Um pouco da história de Bahá'u'lláh

Bahá'u'lláh, cujo nome significa “A Glória de Deus”, nasceu em 12 de novembro de 1817, em Teerã, capital do Império Persa. Nascido em berço de ouro, era filho de um ministro do Rei da corte persa.


Cidade de Teerã, onde Bahá'u'lláh foi aprisionado.

Após o passamento de Seu pai, Bahá'u'lláh foi indicado como sucessor ao seu posto na corte. Ele tinha então 22 anos. Como não tinha interesse em assuntos seculares, recusou o cargo e afastou-se da corte e de seus ministros. Toda a sua vida foi dedicada a ações beneméritas, sendo popularmente conhecido como o “campeão da causa da justiça”.

Em 1844, Bahá’u’lláh aderiu ao movimento Babí, tornando-se uma das figuras mais proeminentes desta comunidade. Junto com os demais seguidores do Báb, sofreu dura opressão do governo persa, sendo sujeito a perseguição, tortura e aprisionamento. Muitos babís foram martirizados naquele período. O próprio Bahá’u’lláh foi enviado, oito anos depois, a uma masmorra conhecida como Síyáh-Chál (Foço Negro), um calabouço subterrâneo da cidade de Teerã, onde permaneceu por quatro meses antes de ser exilado de Sua terra natal.

Com recursos e alimentos muito limitados, e com o frio do inverno, em 1853, Bahá'u'lláh e Sua família atravessaram a pé, em uma nevasca, a divisa entre a Pérsia e a Turquia, até chegarem em Bagdá (atual capital do Iraque) onde proclamou publicamente ser um novo “Manifestante de Deus”, incumbido de trazer uma nova mensagem à humanidade, em sucessão àquelas trazidas por Abraão, Moisés, Cristo, Muhammad e pelo Báb.

Devido às pressões do governo Turco-Otomano, Ele foi novamente exilado, desta vez para a cidade prisão de ‘Akká, na Terra Santa (atual território israelense). Nesse período, Ele revelou uma série de cartas e Epístolas direcionadas aos reis e governantes da época, como o Imperador Napoleão III, a Rainha Vitória e o Papa Pio IX, convocando-os a abandonar seus caminhos e dedicar-se ao bem-estar dos povos.

Bahá’u’lláh faleceu no dia 29 de maio de 1892. Sua mensagem de paz, harmonia e unidade entre os povos da Terra é considerada Seu maior legado para a humanidade. Por meio de Leis, ensinamentos e Epístolas, Bahá’u’lláh apontou o caminho a ser seguido para que a humanidade possa atingir a Paz, na qual todas as formas de discriminação e preconceito serão eliminadas. Seu Santuário está localizado próximo a cidade de ‘Akká, na região norte de Israel.

Colaboração de Alexandre Nabil Beust