Sites dos Senados chileno e canadense
O protesto mundial contra a perseguição à comunidade Bahá’í do Irã recebeu o apoio de aliados como o Senado Chileno, uma senadora muçulmana do Canadá, um deputado federal e entidades religiosas no Brasil e proeminentes organizações indianas, bem como a advogada e Prêmio Nobel da Paz iraniana, Shirin Ebadi.
Os últimos apelos – que pedem pelo fim tanto do encarceramento das sete lideranças bahá’ís como da prolongada detenção de 12 colaboradores e professores do Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE, sigla no inglês) – coincidiram com o envio pela Casa Universal de Justiça de uma mensagem aos bahá’ís do Irã.
A mensagem, escrita em persa e datada de 17 de junho, repudia como “infundadas” e “absurdas” as declarações de autoridades iranianas de que seriam “ilegais” as iniciativas da comunidade bahá’í para educar seus jovens membros.
O documento critica também aqueles que no Irã se afastaram dos verdadeiros valores islâmicos, das leis de sua terra e da magnífica história de erudição e conhecimento da nação, chegando ao ponto de – com base em ignorante preconceito religioso – negar educação superior a seus jovens cidadãos.
“Hoje, Somos Todos Bahá'ís”
Deputado federal Chico Alencar
No Brasil, o deputado federal Chico Alencar participou de uma manifestação em defesa das lideranças bahá'ís presas no Irã, que aconteceu no dia 19 de junho na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, durante a qual manifestou seu apoio aos sete bahá'ís, que estão cumprindo o seu quarto ano de prisão.“Os bahá'ís hoje têm um compromisso com a solidariedade e a igualdade ... [A Fé Bahá'í] tem um elemento humanista fundamental que só um regime totalitário obscurantista pode desconhecer”, afirmou Alencar, que é membro da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.
Também se pronunciaram em defesa dos bahá'ís no Irã representantes do Candomblé e da Umbanda, do Kardecismo, da comunidade judaica e de outras religiões, que participaram da manifestação com o objetivo de defender a liberdade religiosa em todos os países do mundo, e em especial no Irã.
“Nós sabemos bem o que é ser perseguido por causa de religião, e assim sabemos o quão importante é mostrar solidariedade a outras minorias reprimidas”, disse Natan Klabin, representante do Hillel – uma organização da juventude judaica do Rio de Janeiro.
Manifestação na praia de Copacabana
Vestindo um dos mil coletes amarelos que foram distribuídos durante a manifestação – que traziam estampada a frase Hoje, Somos Todos Bahá'ís – Klabin finalizou sua fala dizendo: “Sou judeu durante todos os dias de minha vida. Mas hoje, eu também sou bahá'i”.
A Voz da Justiça
Em visita ao Brasil, a advogada iraniana Nobel da Paz, Shirin Ebadi, também defendeu os bahá'ís em seu discurso na audiência pública na Câmara Federal. “Sou a voz das pessoas que não têm voz para falar”, disse ela, que ressaltou as precárias condições jurídicas e as perseguições que teve de enfrentar pelo fato de ter assumido o caso das sete lideranças bahá'ís, em 2008.
Audiência pública na Câmara dos Deputados
A negativa de acesso ao ensino superior aos bahá'ís no Irã e as recentes investidas contra o Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE) também foram levantados por Ebadi durante entrevistas e palestras que proferiu no país entre os dias 7 e 14 de junho. A advogada afirmou que há uma perseguição sistemática aos bahá'ís no Irã, e o impedimento dos jovens de irem à universidade é uma tentativa de enfraquecer a comunidade.“Detenção injusta”
No Chile, o Senado solicitou com unanimidade ao presidente Sebastian Pinera que expresse sua “enérgica condenação” contra o Irã por sua “rigorosa e sistemática perseguição aos bahá’ís”.
Numa resolução aprovada por unanimidade em 15 de junho, o Senado chileno citou que "desde 1979 o governo do Irã tem sistematicamente negado o acesso à educação superior aos jovens membros da comunidade bahá'í, a maior minoria religiosa não-muçulmana, que conta com 300.000 seguidores no país.
O documento mencionou especificamente a detenção de professores e colaboradores do BIHE no último mês: “Além disto, o governo tem empreendido ações para anular os esforços dos bahá’ís de estabelecerem suas próprias iniciativas [educacionais], incluindo o Instituto Bahá’í de Educação Superior (BIHE).”
Um apelo veemente
No Senado Canadense, a senadora Mobina Jaffer solicitou “novas medidas” do Canadá para “chamar o Irã a prestar contas pelo seu inaceitável tratamento aos bahá’ís”. Jaffer – que é a primeira senadora muçulmana do Canadá – falou por mais de 15 minutos em 21 de junho a respeito da situação de direitos humanos no Irã, denunciando o país pela “brutal campanha de opressão contra seus cidadãos”.
A maior parte de seu discurso, no entanto, foi dedicado à discussão da perseguição do governo iraniano aos bahá’ís, dizendo que a situação “é um estudo de caso das reais intenções do governo iraniano quanto às suas obrigações relacionadas aos direitos humanos.”
“A perseguição enfrentada pelos bahá’ís no Irã hoje tem poucos paralelos na história humana”, disse a senadora Jaffer. “Esta é uma comunidade de mais de 300 mil pessoas que por mais de 30 anos vem sendo submetida a uma política de estado, frequentemente explícita, focada em sua destruição.”
“Os bahá’ís enfrentam acusações no Irã porque uma elite clerical linha dura considera ilegítima a sua religião, e por isso eles são considerados apóstatas ou oponentes do Islã. Essa atitude em relação aos bahá’ís é espalhada através de mentiras e informações falsas transmitidas pela mídia controlada pelo estado”, disse ela.
O “questionamento” formal da senadora Jaffer implica na retomada por parte do Senado canadense da discussão a respeito da situação de direitos humanos no Irã em sua próxima sessão, prevista para setembro.
Os “vergonhosos” atos do Irã
Na Índia, pessoas proeminentes continuam a erguer suas vozes contra o aprisionamento de colaboradores e professores do BIHE.
A Fundação Better Education Through Innovation (BETI), – que se dedica à educação de meninas na região de Lucknow – expressou sua “firme e leal solidariedade na condenação das ações contra o Instituto Bahá’í para Educação Superior”.
“É deveras surpreendente que a República Islâmica do Irã lance mão de atos que não somente negam aos bahá’ís seus direitos humanos inerentes, mas que também vão contra os mandamentos do Sagrado Alcorão, que repetidamente enfatiza a necessidade de obter a mais elevada e a melhor educação possível...”, escreveu Sehba Hussain, diretora fundadora da Fundação BETI e membro da Comissão Nacional para a Proteção dos Direitos da Criança.
Em uma carta escrita ao embaixador iraniano na Índia, acompanhada de uma petição assinada por 86 lideranças, Maja Daruwala – diretora da ONG Commonwealth Human Rights Initiatives – expressou em nome dos signatários “a mais vigorosa condenação dos brutais atos de perseguição aos bahá’ís do Irã”, particularmente “os relacionados ao nobre trabalho de prover acesso à educação para a juventude bahá’í, a quem o direito à educação tem sido sistematicamente negado...”
“Pedimos também ao governo do Irã que honre suas obrigações para com o Tratado Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, e permita a todos os seus cidadãos o acesso a educação superior, independente de sua ideologia ou crença”, escreveu a Sra. Daruwala.
Reportagens Especiais
A Agência Bahá'í de Notícias publicou uma Reportagem Especial, baseada em materiais elaborados pelo Baha'i World News Service, que inclui artigos e materiais de apoio sobre as sete lideranças bahá'ís iranianas – suas vidas, sua prisão, julgamento e condenação – e as alegações feitas contra elas. A reportagem oferece ainda materiais complementares acerca da perseguição contra a comunidade bahá'í no Irã.
Uma outra Reportagem Especial inclui artigos e informações relacionadas à campanha do Irã para negar aos bahá'ís o acesso à educação superior. Lá estão disponíveis um resumo da situação, artigos de destaque, estudos de caso e testemunhos de estudantes, além de materiais de apoio e links.
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