Bahá’ís do Distrito Federal participam de evento em prol das crianças
Brasília esteve entre as cinco cidades escolhidas no país (São Paulo, Porto Alegre, Recife e Belém) para a realização do encontro inter-religioso, no dia 20 de novembro, que comemorou o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança. O evento é uma iniciativa da Rede Global de Religiões pelas Crianças (GNRC), que junto com a Comunidade Bahá'í do Brasil, Pastoral da Criança e outras denominações religiosas, organizam o evento.
A programação contou com orações recitadas ou cantadas por crianças e adultos de diferentes denominações religiosas, tais como Colégio Marista e Federação Espírita Brasileira. O grupo Cantinho do Girassol, da Comunidade Luterana de Brasília, fez uma empolgante apresentação de dança de rua; e o coral da Escola das Nações, instituição de inspiração bahá’í, cantou músicas em diferentes idiomas com temas universais que tocam a todos, independente de credo e origem. Ana Maria, coordenadora do coral, ressaltou “Foi um momento muito bonito, singelo e profundo. Todos estavam muito envolvidos no que estavam fazendo e no que os demais apresentaram”.
O Grupo OBA e alunos das aulas bahá'ís para crianças da Comunidade Bahá’í de São Sebastião também participaram da programação. O Dia Nacional da Consciência Negra também foi comemorado durante o evento com orações e apresentações relacionadas à diversidade humana e unidade dos povos. As crianças adoraram o evento, estiveram atentas a cada apresentação e partilharam do sentimento de inter-religiosidade da data. Pedro Henrique Sarmento, do Colégio Marista, destacou que é importante fazer oração “porque assim Jesus traz paz e amor para todos”.
Elian Alves de Moraes, que participa das aulas espirituais para crianças oferecidas pela comunidade bahá’í, afirmou ser importante fazer orações para que as crianças possam “se desenvolver como bahá'ís, católicos, ou qualquer outra religião”. As aulas espirituais para crianças visam desenvolver nos pequenos valores espirituais de forma lúdica.
O evento foi um importante marco para comemorar a inter-religiosidade e destacar a importância da espiritualização das crianças e o ensino de valores e princípios desde cedo. Para Lisa Perskie, diretora da Escola das Nações, “a forma de preparar uma criança para o mundo já não pode ser só cognitiva e acadêmica... os valores têm que ser ensinados e praticados desde a mais tenra idade, pois virtudes e princípios são coisas para serem vivenciadas e implementadas”, afirma.
Vânia Lucia Ferreira, da Pastoral da Criança, explica que a data “resgata e renova o lado espiritual nas crianças. Aqueles que são tirados da extrema pobreza também são beneficiados porque são afastados das drogas”, comenta. Ela ressalta também a importância da inter-religiosidade, unindo todas as religiões num só esforço. A Pastoral da Criança trabalha com o controle da mortalidade e desnutrição infantil.
Para Silvanice Avelar, coordenadora de grupos de crianças e pré-jovens da Comunidade Bahá’í de São Sebastião, o trabalho de espiritualização das crianças exerce grande influência nas decisões que eles futuramente irão tomar. Silvanice também participou de grupos de pré-jovens quando tinha 14 anos, e afirma que a experiência mudou sua vida: "Eu vejo que poderia ter tomado outros caminhos. Graças aos ensinamentos que me passaram hoje sou coordenadora do grupo de pré-jovens", conta satisfeita.
O Dia Mundial de Oração e Ação pelas Crianças e a Rede Global de Religiões pelas Crianças (GNRC) foi escolhido para ser celebrado em 20 de novembro, pois nesta mesma data comemora-se o aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada em 1989 pela Organização das Nações Unidas. A data foi instituída no Brasil em 2009 em um ato solene realizado no Congresso Nacional.
Daniella Hiche, representante da Comunidade Bahá'í do Brasil e mestre de cerimônias do evento, comentou que o encontro foi uma oportunidade única para que crianças de diferentes denominações religiosas do Distrito Federal tivessem a oportunidade de interagir umas com as outras. "Era notável o interesse, a apreciação e o respeito que as crianças demonstraram umas com as outras enquanto faziam orações, cantavam ou dançavam. É a partir deste tipo de interação que os indivíduos começam a compreender o que é a diversidade religiosa e que há valores universais que são compartilhados por toda a humanidade, independente de credo ou raça”, declarou.
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Crédito das fotos: Nabil Sami Silva
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