Um dos principais pontos destacados na entrevista foi a relação entre as atividades centrais realizadas nas comunidades bahá'ís locais e a promoção da igualdade entre mulheres e homens. Mary explicou que estas atividades auxiliam as pessoas a envolverem-se ativamente na transformação da sociedade.
“As aulas para crianças exploram o conceito da igualdade entre meninas e meninos, ajudando-os a trabalhar juntos como seres humanos e a desenvolver suas capacidades para reconhecer a unidade da humanidade e a importância de seus papéis na sociedade. Já o programa de pré-jovens auxilia os adolescentes – meninos e meninas que têm muita energia e muito a oferecer ao mundo em termos de serviço – a se enxergarem não apenas como beneficiários da sociedade, mas como atores e atrizes principais no processo de transformação social”, afirma.
“O objetivo das atividades centrais”, continua ela, “é empoderar as pessoas para que compreendam o que realmente significa ser parte da sociedade humana. Não estamos neste mundo material para apenas para adquirir condições materiais e então morrer. Há um significado espiritual em nossa existência.”
Segundo Mary, por meio do envolvimento nas atividades centrais, as mulheres (e também os homens) no nível local compreendem que não são apenas elementos passivos. Descobrem que podem provocar mudanças, que tem um enorme potencial para contribuir com a melhora da sociedade.
“Isso ocorre em grupos que não têm a finalidade específica de ensinar igualdade de gênero”, explica, referindo-se aos círculos de estudo e reuniões de reflexão. “Não estamos treinando especialistas. O empoderamento vem da troca de experiências e conhecimento, da possibilidade de enxergar em cada um o potencial para gerar essas mudanças.”
Mary destaca que o grande diferencial da abordagem bahá'í sobre as questões de gênero está no ponto de partida. “Se partimos do fato de que os seres humanos são seres espirituais, dotados de alma, e se esta alma não tem sexo, então a igualdade de gênero já é uma verdade: uma verdade espiritual. Como vivemos uma realidade material, o que precisamos fazer é garantir que a verdade espiritual da igualdade de gênero possa ser refletida socialmente. E é para isso que precisamos de processos constantes de capacitação, empoderamento e conscientização da população”, concluiu.
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