BRASÍLIA, 18 de dezembro—Foi aprovada na 11° Conferência Nacional dos Direitos Humanos, realizada em Brasília entre 15 e 18 de novembro, uma moção em favor dos Bahá’ís no Irã, que repudia a perseguição sistemática que a comunidade bahá’í vem sofrendo por parte do estado iraniano.
A aprovação desta moção significa o reconhecimento dos movimentos nacionais de direitos humanos de que a política externa brasileira precisa se posicionar frente à violação dos direitos humanos que ocorrem em outros países, como no caso do Irã. Este posicionamento do Brasil passa a ser ainda mais importante no atual contexto de aproximação científico-cultural entre os dois países.
A moção repudia especialmente a prisão dos sete lideres que coordenavam as atividades da comunidade bahá’í no Irã e dos três jovens que realizavam atividades voluntárias e humanitárias em Shiraz, presos desde 2006. Faz menção também aos outros 50 jovens bahá'ís que cumprem pena alternativa naquela cidade, sendo obrigados a assistir aulas da Organização de Propaganda Islâmica que têm o objetivo de fazê-los renegarem sua Fé. Os sete líderes foram presos em maio passado sem uma justificativa legal. Em 1980, todos os nove líderes da comunidade bahá’í do Irã também foram presos e são tidos como mortos. No ano seguinte, quando a liderança foi reconstituída, oito dos novos nove membros eleitos foram também presos e mortos.
A Conferência contou com cerca de 1.500 participantes, entre representantes do Estado e da sociedade civil. O Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva participou do evento no primeiro dia junto ao Ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e do Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. A Comunidade Bahá’í do Brasil, que atualmente faz parte da Coordenação do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos, foi representada por Mary Caetana Aune-Cruz, da Secretaria Nacional de Assuntos Externos.
Sete eixos temáticos foram debatidos por grupos de trabalho durante os segundo e terceiro dias da conferência, incluindo entre outros os temas “Universalizar direitos em um contexto de desigualdades”, “Desenvolvimento e Direitos Humanos”, e “Educação e Cultura em Direitos Humanos”, sendo este último facilitado pela representante da Comunidade Bahá’í do Brasil. Os grupos de trabalho trabalharam o texto base oriundo das discussões estaduais e definiram também as diretrizes para o novo programa nacional de direitos humanos para cada eixo.
Foram distribuídos cerca de 1.000 exemplares do boletim de assunto externos - edição especial sobre a perseguição aos bahá’ís no Irã.
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