NOVA YORK, 31 de julho de 2007 (BWNS) — Os jovens bahá'ís iranianos que tentaram matricular-se em institutos técnicos e vocacionais foram definitivamente barrados de admissão ao próximo ano acadêmico, pois seu pedido de matrícula para os exames de admissão deixa-os sem opção a não ser negar sua fé, cuja coerção os bahá'ís recusam-se aceitar.
A Comunidade Internacional Bahá'í soube recentemente que os formulários de exame de admissão em cursos abertos para alunos ainda não graduados pelo sistema de educação técnica e vocacional indicam existir somente um espaço reservado para marcar a religião. O interessado têm três escolhas – zoroastriano, judeu, ou cristão – e se nenhum espaço é preenchido, explica o formulário, o peticionário será considerado muçulmano. Para os bahá'ís, isso é inaceitável.
“De acordo com este sistema, os bahá'ís não podem preencher o formulário de inscrição sem de fato negarem sua fé, o que é contra seus princípios religiosos”, disse a sra. Bani Dugal, principal representante da Comunidade Internacional Bahá'í junto às Nações Unidas. “Desta forma, os bahá'ís iranianos não têm condições de fazer o exame de admissão exigido, e por isso estão inteiramente impedidos, este ano pelo menos, de ter acesso à educação técnica e vocacional no Irã.
"Tal negativa viola o direito à educação internacionalmente estabelecido, com o qual o governo iraniano concordou oficialmente em fóruns internacionais, e reflete ainda outra faceta da contínua campanha de perseguição contra a comunidade bahá'í no Irã”, afirmou a sra. Dugal. A Comunidade Internacional Bahá'í protesta contra tais ações do governo, não somente pela perseguição contra os estudantes bahá'ís – que estão privados de acesso à educação superior, em razão de sua fé – mas também contra qualquer outro estudante iraniano que esteja sendo igualmente rejeitado em sua intenção de entrar em uma universidade, o que ocorre sob várias justificativas totalmente incabíveis, como se expressarem publicamente contra crenças ou opiniões que não tenham sanção oficial -- acrescentou a sra. Dugal.
Em meados de 2006, depois de mais de 25 anos durante os quais os bahá'ís iranianos foram banidos ilegalmente da possibilidade de ingresssar em universidades públicas ou privadas, centenas de estudantes iranianos foram admitidos em inúmeros instituições educacionais em todo o país. Isso aconteceu depois que o governo afirmou publicamente sua posição quanto à referência à religião nos formulários dos exames de admissão em universidades e colégios não especializados, afirmando que estes não identificavam os peticionários às universidades por sua religião, mas somente mencionavam os estudos religiosos sobre os quais seriam examinados. Este esclarecimento foi aceito pela Casa Universal de Justiça, o corpo governante internacional da Fé Bahá'í. “A aceitação de estudantes bahá´ís em universidades iranianas, porém, teve curta duração”, disse a sra. Dugal.
De acordo com os últimos dados procedentes do Irã, dos estudantes bahá'ís que conseguiram fazer os exames de admissão no último ano, apenas 200 foram, por fim, admitidos e matriculados. Durante o curso de um ano escolar, porém, mais da metade desse número -- pelo menos 128, de acordo com os últimos dados – foram expulsos quando funcionários das escolas descobriram tratar-se estudantes bahá'ís. Isso levou os observadores a concluírem que a declaração do Irã no último ano nada mais foi que um artifício com a intenção de amainar os protestos internacionais quanto à negativa do acesso dos estudantes bahá'ís à educação superior.
“Estas últimas notícias sobre o formulário de ingresso à educação técnica ou vocacional servem como mais uma confirmação de que o Irã continua a pregar peças aos estudantes bahá'ís em seu país natal, e que suas promessas de seu acesso à educação superior, continuam sendo falsas”, concluiu a sra. Dugal.
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