Brasília, 13 de setembro de 2013.
Transmitido eletronicamente
À Comunidade Bahá'í Brasileira
Queridos amigos bahá’ís,
O Brasil e o mundo perdeu hoje um grande homem. Luiz Gushiken foi um visionário e se esforçou para dar o máximo de si nos múltiplos serviços que rendeu ao nosso país e a seu povo, bem como na construção de uma sociedade mundial mais justa, pacífica e evoluída. Pautou sua vida por uma fé inabalável na natureza espiritual do ser humano.
Ocupou em sua vida uma série de posições de liderança, buscando elevar a dimensão do serviço em cada uma delas a algo maior do que a do cargo que assumia. Foi líder estudantil, bancário e sindical, deputado federal, fundador e presidente do Partido dos Trabalhadores e Ministro de Estado. Serviu nestes postos com o senso de dever cumprido pela crença na unidade da diversidade.
Em sua busca obstinada na construção de consensos, sempre obteve o respeito de seus pares em todos os grupos em que participou. Para todos, amigos e parceiros, companheiros de partido ou oponentes ideológicos, Gushiken foi sempre aquele que conseguia ver o interesse coletivo muito além e acima das conveniências partidárias. Em sua conduta agiu sem qualquer apego ao poder e com uma integridade poucas vezes vivida por um homem público.
No início dos anos 90, quando em Brasília, como deputado federal, conheceu os escritos de Bahá’u’lláh, profeta fundador da Fé Bahá'í, e tornou-se um fervoroso defensor da visão da Nova Ordem Mundial trazida por Aquele Luminar Divino em meados do século XIX. De pronto, quando foi informado durante o seu mandato parlamentar que o ano de 1992 marcaria o centenário da Ascensão de Bahá’u’lláh, não hesitou em propor a convocação de uma sessão solene na Câmara dos Deputados para homenagear Aquele que, segundo as suas próprias palavras em seu pronunciamento de abertura daquele memorável evento, era o Autor da “mais colossal obra religiosa jamais escrita pela pena de um único Homem”. Esta sessão solene, de repercussão mundial, tornou Luiz Gushiken um parlamentar conhecido em mais de 180 países do planeta através da divulgação dada pelos bahá’ís daquele que bem pode ser considerado o primeiro ato de reconhecimento da Figura de Bahá’u’lláh em um parlamento nacional.
Gushiken fez de sua vida a busca pela materialização de uma nova forma de governança, tendo muitas vezes conseguido ele próprio ser um exemplo da verdadeira posição de um servidor público, aquele que busca melhoria da condição da sociedade como um todo e não a sua, ou de apenas uma parcela dos cidadãos.
Estas palavras de Bahá’u’lláh sintetizam a crença que Gushiken buscou levar a seu meio:
“Se os governantes e reis da terra, símbolos do poder de Deus - exaltada seja Sua glória - se levantarem e resolverem dedicar-se a qualquer coisa que promova os mais altos interesses da humanidade inteira, o reinado da justiça seguramente se estabelecerá entre os filhos dos homens e a fulgência de sua luz envolverá toda a terra.”
No dia 5 de setembro de 2013, consciente e radiantemente resignado pela irreversibilidade do seu estado de saúde terminal, numa condição imposta por um câncer recorrente que combatia desde 2002, expressou a familiares e amigos que sua crença na Revelação de Bahá’u’lláh era tamanha, que havia chegado a hora de manifestar a decisão de se registrar como membro da comunidade bahá’í brasileira, o que antes não fizera por exercer atividade político partidária.
Nossas orações nesse dia voltam-se ao progresso espiritual de sua alma no mundo do além, enquanto estendemos as mais sinceras condolências à sua esposa Beth, a seus filhos Guilherme, Artur, Helena, e demais familiares.
Nossas orações nesse dia voltam-se ao progresso espiritual de sua alma no mundo do além, enquanto estendemos as mais sinceras condolências à sua esposa Beth, a seus filhos Guilherme, Artur, Helena, e demais familiares.
Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil
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