Canoas: Ferramentas para mudar o mundo é o que os jovens levam pra casa
Após três dias reunidos, os mais de 350 jovens se despedem da Conferência de Juventude de Canoas, Rio Grande do Sul, com os corações aquecidos por novas amizades e a certeza de que construir um mundo melhor depende apenas deles.
O domingo começou com orações, música e depoimentos emocionantes sobre superação. Rafaela, 21, de Cascavel no Paraná, que enfrentou um atraso de 10 horas na viagem de ônibus, não desanimou. “Até chegar aqui eu não tinha conhecimento da capacidade que cada indivíduo tem de mudar o mundo. Perdi o primeiro dia, mas mesmo assim valeu muito à pena. Eu vou levar para Cascavel o que aprendi aqui e vou começar a transformação lá”.
Essa vontade de promover mudanças consistentes tomou conta da tenda do Rio Grande do Sul. Os jovens de várias cidades, idades e realidades se uniram em um animado bater de pés no assoalho, para expressar sua empolgação. Esse promete ser o início de uma bela jornada. Basílio, 18, de Canoas se empolgou. “Aqui fiz amizades, me soltei mais e aprendi muita coisa. De vez em quando a gente espera entrar em situações de risco para tomar uma iniciativa, mas prevenir o mal facilita a nossa evolução”. A companheira de cidade, Isadora, 15, falou da importância de se desenvolver de forma não fragmentada. “Às vezes as pessoas focam no desenvolvimento material e esquecem que são seres completos que possuem várias dimensões como a espiritual e a intelectual. No momento que a gente desenvolve qualidades morais, também desenvolve coerência para aplicar essas qualidades na sua vida toda, como nas amizades, na família, nos estudos e no trabalho”.
Os jovens também identificaram que as forças destrutivas que afetam o seu dia-a-dia são parte de um processo de desintegrador e para promover a melhoria da sociedade precisam intensificar o processo de construção de uma nova civilização, “precisamos promover o amor e a justiça para transformar a sociedade. Quando você enxerga o mundo todo sem distinção de países ou pessoas, você percebe que somos todos iguais e as várias culturas são um elemento de diversidade para o desenvolvimento”. Afirma Felipe, 26, também de Canoas. Outra forma de contribuição que o jovem pode oferecer para fortalecer o processo de integração é aprender a identificar suas habilidades para entender como ajudar a sociedade, principalmente para escolher uma profissão. “Na dúvida faça algo que poderá ser aproveitado pela humanidade e lembre que a sua postura dentro do trabalho também pode influenciar todo o ambiente”, explica Felipe.
Na tenda dos jovens do Paraná, as reflexões giraram em torno do proveito que tiraram das dinâmicas e consultas. Rafael, 23, de São José dos Pinhais, por exemplo, disse: “Eu gostei de falar sobre o poder que a juventude tem para mudar o mundo e como ela realmente tem que ser protagonista nesse processo. Foi muito interessante a abordagem bem prática de pegar esses pontos e aplicá-los à realidade da nossa comunidade e descobrir o que podemos fazer de prático para liderar essa mudança. Estou muito contente com a forma como esse estudo serviu para aproximar os jovens do meu agrupamento, criar uma unidade de visão, para que possamos voltar para casa e realmente colocar em prática tudo que aprendemos. Começamos um planejamento ontem para chegar em casa já com alguma coisa palpável e engatar uma atividade”. Já o pessoal de Porto Alegre identificou a falta de lazer saudável para os pré-jovens nas cidades daquele estado. “Eu e o pessoal vamos promover vários encontros dos diversos Grupos de Pré-jovens para que eles saibam que mais gente participa das mesmas atividades. Vamos promover brincadeiras como caça ao tesouro e convidar os grupos de outras cidades como Novo Hamburgo”, conta Débora, 29, da capital gaúcha.
O encerramento das atividades foi marcado por declarações emocionantes e a consolidação de laços de amizade que o tempo e a distância não poderão apagar. “A conferência foi maravilhosa, foi muito especial, muito importante. Eu vou voltar para o meu agrupamento muito mais empolgada, muito mais inflamada para servir, e os outros oito jovens do meu agrupamentos vão voltar com vontade, sabendo que não estão sozinhos. Eu sei agora que não estou sozinha e vendo a nossa evolução percebo que entendemos o processo”, conta Glória, 18, de Florianópolis em Santa Catarina. Avaliando o aprendizado gerado pela conferência, Marcel, 19, de Botucatu em São Paulo, disse:“Toda noite meu grupo de emocionava ao ver o trabalho dos jovens sendo feito em conjunto e a força que temos, porque às vezes nos sentimos muito sozinhos no serviço à humanidade e quando vemos tantos jovens juntos com o mesmo senso de propósito, potencializando suas forças e vontade, é muito emocionante. Isso trouxe muita alegria para quem estava aqui”.
O término da Conferência de Canoas não é o fim desse movimento da juventude que se comprometeu a levar as mudanças adiante. Ao todo, 114 Conferências como essa, organizadas por bahá’ís, acontecem ao redor do mundo entre julho e outubro. O Brasil teve a oportunidade de realizar duas Conferências, a primeira ocorreu entre 19 e 21 de julho, em Brasília.
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