De 2 a 20 de março bahá’ís se abstêm do consumo de comida e bebida do nascer ao por do sol
Bahá’u’lláh, fundador da Fé Bahá’í, deu extraordinária importância ao período do jejum e às virtudes com as quais Deus dotou essa prática. Em uma de suas orações afirmou que os dias do jejum, ordenados pelo Criador, servem para purificar a alma e o coração. "Abençoado seja aquele que observa o jejum inteiramente por Teu amor", disse em prece. “Nos purifique do repugnante odor das nossas transgressões, ó Tu que Te tens chamado o Deus de Misericórdia!" clamou em oração.
Durante o jejum, os bahá’ís realizam meditações diárias, dedicam-se a leituras edificantes e à prática das orações de jejum, reveladas por Bahá’u’lláh. A Lei do jejum prevê exceção para crianças menores de 15 anos; adultos com mais de 70 anos; doentes; gestantes; mulheres que amamentem; pessoas que precisam caminhar mais de duas horas a pé; pessoas que realizam trabalhos em condições severas e pessoas sob recomendação médica. Aqueles que estejam em viagem por período superior a oito horas, quando chegam ao destino, reiniciam o jejum depois de três dias.
O paulista Hoeck Miranda, de 62 anos, bahá´i há 43 anos, ressalta a importância dessa época. “O jejum ajuda muito no processo de meditação. É um período de muita reflexão, no qual os bahá´is se esforçam para cumprir essa importante Lei. Embora seja uma ação do mundo físico, o seu efeito é principalmente espiritual. As orações do período do jejum são muito bonitas e profundas”.
Embora jejum signifique a privação de comida, a maioria das religiões, considera que essa prática promova mudanças no espírito. A mineira Genita Lucas, de 69 anos, é católica e jejua desde os 15. Ela afirma que, nesses momentos, sente a presença de Deus. “Nós católicos pretendemos alcançar graças impossíveis com o jejum, que pode ser feito por semanas e meses, até que a graça seja alcançada. Quem está acostumado a fazer jejum não sente falta da alimentação. Fico a pão e água vários dias, mesmo não sendo obrigada a jejuar, desde os 65, pelas regras da Igreja Católica".
Em 2013, a bahá’í e brasiliense, Lara Araújo, completou 15 anos, idade em quê os praticantes da Fé Bahá’í começam a praticar o jejum. “Nasci em uma família bahá'í e ví, desde pequena, meus pais e três irmãos jejuando. Agora, pela primeira vez, vou fazer o jejum e acho que ele será muito especial. Será minha primeira oportunidade de cumprir essa Lei”.
Lara explica que aos poucos irá se acostumar com a abstinência. “Acho que terei dificuldade, mas depois não sentirei tanto a ausência do alimento físico, no decorrer do dia. O mais importante é o significado espiritual do jejum. Acredito que a gente aprende a ser menos egoísta, pois é um período para alimentar mais a nossa alma, quando intensificamos a leitura dos livros sagrados e, especialmente, fazemos mais orações”.
Saiba mais em http://www.bahai.org.br/jejum/
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