Lideranças políticas e sociais fazem
parte de cerimônia realizada pela
CONIB, em Brasília (DF).
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Situação dos bahá’ís no Irã é lembrada como uma das formas de discriminação mais cruéis do século 21
Os seis milhões de judeus executados no Holocausto foram lembrados em uma cerimônia realizada em Brasília no último dia 30 de janeiro. Além da Presidente Dilma Roussef, outras lideranças políticas e sociais foram convidadas a acender seis velas em memória desse trágico e cruel momento da história da humanidade.
Bahá’ís, negros, população LGBTT e
mulheres são
lembrados como principais
vítimas de discriminação no século 21. Da
esquerda
para a direita: Ministra Luiza Bairros,
Iradj Eghrari e Deputado Federal Jean
Willys.
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“O dia do Holocausto na perspectiva do passado nos é muito duro”, afirma Claudio Lottenberg, presidente da CONIB – Confederação Israelita do Brasil e também do hospital Albert Einstein, de São Paulo. “Mas no ângulo do futuro nos será ainda mais, se nos mantivermos inertes quando negros continuarem a ser discriminados, bahá’ís não puderem se expressar no ideário democrático, mulheres forem lateralizadas, quando não, objetos de sexismo.”
Sob essa perspectiva, uma das velas foi dedicada às chamadas “minorias” raciais, religiosas e de gênero, e foi acesa em conjunto pelo Deputado Federal Jean Willys, representando a população LGBTT, a Ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e Iradj Roberto Eghrari, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil.
Presidente da CONIB menciona
impedimento
de participação democrática aos bahá’ís, fazendo
alusão à
perseguição no Irã (minuto 37:25).
Assista
ao vídeo completo do
evento em
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“Não podemos admitir que ainda haja genocídios, perseguições sistemáticas e regime calcados no ódio e na perseguição a minorias étnicas ou religiosas e baseados na discriminação de gênero ou de orientação sexual, que infelizmente sobrevivem em pleno século 21”, declarou Claudio Lottenberg. “É preciso contextualizar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto como um exercício que nos remeta a combater toda e qualquer forma de intolerância e discriminação, e cabe a todos os brasileiros estimular o entendimento, fazer com que as demais sociedades pactuem pela linguagem e pelo dialogo”, declarou.
Presidente Dilma e representante bahá’í
conversam na
ante-sala da cerimônia em
homenagem às vítimas do Holocausto.
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Em seu discurso, a Presidente Dilma afirmou que o Holocausto foi “o mal em seu estado mais agressivo, deliberado, metódico e sistemático”, e que nem por isso é impossível de se repetir. “Devemos sempre lembrar que o holocausto também se repete quando é negado ele mesmo, quando é relativizado ou quando se tenta suavizar sua narrativa”, acrescentou.
Representante bahá’í cumprimenta a Presidente
Dilma antes de acender uma das velas em memória
dos seis milhões de judeus mortos durante o Holocausto
(minuto 10:18). Assista ao vídeo completo do evento
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A Presidente lembrou ainda que o Brasil também enfrentou momentos difíceis com os 300 anos escravidão e os períodos de ditadura, e que a “única saída” é a democracia. “Da democracia resultam outros princípios igualmente fundamentais: o respeito aos direitos da pessoa humana, a tolerância às diferenças, o amor pela diversidade, a consideração pelas minorias, o esforço para a redução das desigualdades, o respeito à soberania de todos os países e de todas as nações, o primado da diplomacia e da negociação sobre a guerra e sobre os conflitos armados, as invasões, as ocupações, enfim, as soluções armadas, e por fim, o amor à paz e à justiça entre os povos.”
Presidente Dilma acede vela durante cerimônia do
Dia
Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
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A cerimônia deste ano homenageou ainda dois brasileiros: Aracy Guimarães Rosa, mulher do escritor João Guimarães Rosa, ex-funcionária do consulado brasileiro em Hamburgo, na Alemanha, e Luis Martins de Souza Dantas, ex-embaixador brasileiro na França. Nas décadas de 1930 e 1940, os dois foram responsáveis pela concessão de vistos para o Brasil que salvaram centenas de judeus.
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