Celebrado em 20 de
novembro, o Dia Mundial de Oração e Ação pelas Crianças foi instituído
durante o III Fórum da Rede Global de Religiões pelas Crianças (GNRC, do
inglês), realizado em Hiroshima em maio de 2008. Anualmente são
organizados eventos em dezenas de países, oferecendo oportunidades para a
proteção dos direitos e a promoção do bem-estar das crianças.
A data foi selecionada
por marcar o Dia Internacional da Infância, em que foi proclamada a
Convenção sobre os Direitos da Criança pela Organização das Nações
Unidas (ONU). Sob a liderança da GNRC, seguidores de várias religiões se
unem em uma programação que contempla tanto ações práticas quanto a
conexão espiritual em prol das crianças do mundo.
Superando limites, mobilizando pessoas
A
realização das ações do Dia Mundial depende da dedicação de indivíduos
em caráter voluntário, inclusive para a arrecadação de recursos e o
estabelecimento de parcerias. “Percebemos o aumento do número de
voluntários na cidades em que antes tínhamos dificuldades e um novo
ânimo em muitos de nossos voluntários e líderes”, diz Clovis. “O que
queremos são crianças felizes, num ambiente seguro e adequado para que
possam crescer não só em sabedoria e graça, mas também em
desenvolvimento, aprendizagem e conhecimento”, afirma.
As
comunidades bahá'ís de Curitiba e São José dos Pinhais (PR), Brasília e
São Sebastião (DF) vem participando das programações locais dessa
importante data há dois e três anos, respectivamente. Para tanto,
envolvem principalmente os participantes das aulas de educação
espiritual para crianças e dos grupos de empoderamento de pré-jovens.
Na capital
porto-alegrense, brincadeiras, dança, música e atividades educativas
proporcionaram às crianças uma tarde de muita energia e carinho. “Houve
uma mobilização muito rápida e corajosa entre aqueles que participaram
em termos de superação de limites individuais e de recursos”, afirma
Mallu Benfatto, da comunidade bahá'í de Curitiba.
“Essa coragem trouxe um
novo vigor quanto ao uso das artes, por meio da música e do teatro.
Recebemos o apoio e a presença dos pais das crianças e dos adolescentes.
Havia famílias participando e acompanhando seus filhos, e isso foi
gratificante”, comemora Mallu. “Sinto ser de extrema valia estimularmos a
participação, pois esta interação humana gera frutos nos mundos
espirituais de Deus, tanto no reino do visível quanto no reino do
invisível”, acredita.
“É importante que as
religiões e entidades espiritualistas estejam trabalhando juntas pelo
bem estar e pelo futuro das crianças, e de suas famílias”, acredita
Hoeck Miranda, da comunidade bahá'í de Brasília. “A educação das
crianças é considerada nas Escrituras Bahá'ís como o mais meritório de
todos os atos. Assim, é importante que a comunidade bahá'í participe
mais intensamente a cada ano”, declara.
Unidade de propósito e valorização da diversidade
“O que mais me
sensibilizou foi a unidade de propósito que circundava o ambiente”,
conta Lucas Rodrigo Santos, da comunidade bahá'í da região administrativa de São Sebastião,
próximo a Brasília. “O foco da atuação dos jovens foi a organização de
oficinas, como grafite e teatro. Pudemos trocar ideias e percebemos que
temos argumentos e objetivos parecidos em relação às atividades que
realizamos com as crianças”, diz o jovem universitário. “Essa iniciativa
é de extrema importância, não só por tornar mais evidente o benefício
que ações ecumênicas trazem para a sociedade, mas também para fixarmos
nossa atenção nas crianças do mundo inteiro”, analisa.
Além
das oficinas, a comunidade bahá'í de Brasília colaborou também com uma
palestra sobre saúde da família, ministrada pelo médico Dariush Akhavan,
na ONG Cantinho do Girassol, na região administrativa de Ceilândia.
Outras atividades realizadas ao longo da semana incluíram uma reunião de
orações pelas crianças em São Sebastião, uma reunião de amigos sobre a
educação das crianças no bairro Asa Sul e uma campanha de orações e
arrecadação de doações, realizada pela Internet.
A percepção geral é de
que o trabalho em rede favorece também o respeito entre as diversas
organizações religiosas, que tem a oportunidade de compartilhar um pouco
de suas experiências e dificuldades durante o processo de organização
do evento. “Pudemos verificar o excelente trabalho realizado por
inúmeras entidades, como por exemplo o trabalho com crianças portadoras
de necessidades especiais, com a participação de representantes da
Escola de Ensino Especial de Santa Maria. Também ficamos muito
impressionados com as apresentações de dança e música realizadas pela
Pastoral da Criança e pela ONG luterana Cantinho do Girassol, que atende
crianças em situação de risco social”, reflete Hoeck.
Para o próximo ano, a
proposta é iniciar os trabalhos de preparação já no primeiro semestre.
“Recomendamos que as reuniões preparatórias sejam realizadas mais cedo
para facilitar a definição e a dimensão das celebrações e, sobretudo, a
divulgação e a mobilização das pessoas e das entidades”, analisa Hoeck.
Para saber mais sobre as atividades bahá'ís voltadas para as crianças e os pré-jovens em sua cidade, escreva para info@bahai.org.br.
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