Na última quarta-feira, o primeiro seminário “Caminhos para a Liberdade Religiosa” foi realizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), com apoio do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e patrocínio da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. As apresentações trataram da intolerância religiosa na educação e ocorreram na Congregação Espírita Umbandista do Brasil, no bairro Estácio da cidade do Rio de Janeiro. O debate foi mediado por Édna Santos, representante do Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro e contou com a participação das professoras Azoilda Loretto da Trindade e Helena Theodoro.
Azoilda comentou que se preocupa com alguns docentes que insistem em privilegiar segmentos religiosos dentro das salas de aulas. “É necessário zelar pela diversidade no ambiente escolar”, disse a professora e integrante da Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos do Rio de Janeiro. “Quando se fala em fé, é preciso ter a consciência de que se trata do sagrado do outro. E isso é muito mais sério que se pensa”, complementa.
Segundo a professora Helena, “se existe lei para impor de alguma forma o Ensino Religioso, o ideal é que se atente ao fato de que a pluralidade permite com que todos tenham novos conhecimentos e aprendam a respeitar o que não faz parte de seu cotidiano. É preciso discutir a possibilidade que o outro nos dá de conhecer o que não conhecíamos”.
Destacando o ensinamento bahá’í “sejam atos e não palavras vosso adorno”, Inae Estrela Pinheiro, representante da Comunidade Bahá'í do Rio de Janeiro, acredita que para se identificar como seguidor de determinada crença deve-se abolir a existência de paradoxos superficiais. “Se todas as religiões pregam o respeito e amor ao próximo, a intolerância religiosa por religiosos é um embate contra as próprias convicções do agressor”. Segundo a jovem, “ser e agir de acordo com os princípios da fé devem caminhar juntos”. Ela explicou que os bahá’ís, por exemplo, promovem “estudos que focam no fortalecimento da essência espiritual humana, sem proselitismo, convidando a todos a ingressarem em um processo que promove a educação espiritual, também chamada de valores humanos, como o amor, respeito, solidariedade e paciência”.
Este foi o primeiro de uma série de encontros. O próximo será realizado hoje (19) no mesmo local, às 14h, com o tema “A liberdade de expressão e as religiões”. Profissionais da Comunicação participarão do debate. Mais dois encontros estão programada até 21 de janeiro de 2013.
Dia Mundial das Religiões e data Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
O babalawo Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, fez um lembrete sobre a mobilização para o 21 de janeiro, na Cinelândia. Dia 21 de janeiro é o Dia Mundial das Religiões e o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. “Temos que unir forças e mostrar para as pessoas que são nossas diferenças que constroem a beleza do mundo”.
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