A
Declaração Universal dos Direitos Humanos chega aos 64 anos de
existência com alguns excelentes frutos: moldou comportamentos,
definiu responsabilidades, criou laços de solidariedade, destacou
temas vitais como dignidade humana, justiça, liberdade e segurança
coletiva. Em alguns de seus aspectos fundamentais ainda é uma carta
de boas intenções.
Neste
último meio século mais de uma centena de nações vieram à
existência. A Declaração de Direitos Humanos, esteve reforçada na
função de representativa da totalidade das nações emergentes ao
ser gradativamente ratificada pelo dobro dos países signatários
originais. Ela é o documento básico que articulou os direitos
inalienáveis de todos os membros da família humana e de certa
forma, seu conteúdo poderia ser visualizado como sendo o conjunto de
anseios e esperanças acalentados por gerações de homens e
mulheres, crianças e idosos, das mais variadas raças, etnias e
crenças religiosas - anseios e esperanças essas pelos quais todos
de alguma maneira viveram, lutaram e pereceram.
Guerras
e conflitos sangrentos foram travados sempre que temas relevantes
como justiça, liberdade, dignidade ou soberania nacional estiveram
ameaçadas pela mão forte do opressor. Esta Declaração representa
o melhor que uma humanidade angustiada saída dos escombros da
segunda Grande Guerra poderia produzir. E tem personificado de certa
maneira uma apólice de seguros –
sem data de prescrição –
para uma humanidade sempre arredia ao bacilo da guerra.
Quando
nossos olhos são violentados por crianças “vestidas
de pele e osso”
em tantas nações africanas, asiáticas, latino-americanas em
contraponto com o desperdício acumulado no leito da civilização
ocidental, dita cristã, dita europeia, ficamos consternados e em
alguns casos indignados: há de um lado, excesso de alimentos e de
outro, excesso de fome e de miséria. Uma época que vê os povos
do mundo tendo acesso crescente a todos os tipos de informação e a
uma diversidade de ideias irá descobrir que a justiça se afirma
como o princípio governante da organização social bem sucedida.
Aos olhos de Deus, assegura Bahá'u'lláh (1817-1892), “a
justiça é a mais amada de todas as coisas, pois permite que cada
indivíduo veja com seus próprios olhos e não através dos olhos de
outros”.
A
interdependência entre povos e nações é, à medida que vemos
tomar velocidade o corrente século XXI tão evidente quanto a
constatação que em 1989 foi derrubado o Muro de Berlim e extirpado
da face da humanidade essa sua última cicatriz conseguida durante a
II Guerra Mundial. Este documento ainda precisa transpor os limites
dos protocolos internacionais e se transformar em políticas públicas
sólidas, reais, encetadas e monitoradas de perto por governos de
todos os povos e nações. É assim que saudamos este dia 10
de dezembro, a data que evoca aquele ano de 1948, o dia em que a
humanidade aprovou o inteiro teor da Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
Washington
Araújo, escritor e membro da Comunidade Bahá'í do Brasil
Este
artigo foi reproduzido nos seguintes veículos de comunicação: Blog Cidadão do Mundo; Blog Marcelo Gris; Jornal do Tocantins; Atitude Tocantins; Portal Surgiu;Cerrado Notícias; Portal Sudeste Hoje; Encantos do Cerrado; Jornal O Progresso; Portal Dourados Agora; AF Notícias; Jornal de Brasília; Clica Brasília, Brasília Agora, Jornal Brasília Agora, Jornalzen on-line, Jornalzen impresso, Portal Pra Melhor; Tribuna de Anápolis; Portal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.
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