“Tão firme e poderoso é este Convênio” – afirmou 'Abdu'l-Bahá que, “desde o princípio do tempo até o dia presente, nenhuma Era religiosa produziu igual”. “Está indubitavelmente claro que o eixo da unidade do gênero humano não é outro, senão o poder do Convênio”, destacou.
'Abdu'l-Bahá, conhecido como o “Mestre”, nasceu em 23 de maio de 1844, no mesmo dia em que o precursor da Fé Bahá'í, o Báb, declarou Sua missão. “Ele não queria de forma alguma diminuir a grandeza daquela data gloriosa. Preferiu escolher um dia que ficasse bem longe daquela data abençoada. Escolheu 26 de novembro e designou-o como o Dia do Convênio”, conta Lowell Johnson, no livro “O Convênio Eterno”.
“Meu nome é 'Abdu'l-Bahá (literalmente, Servo de Bahá). Minha qualificação é 'Abdu'l-Bahá. Minha realidade é 'Abdu'l-Bahá. Meu louvor é 'Abdu'l-Bahá. Servitude à Abençoada Perfeição (Bahá'u'lláh) é meu glorioso e reluzente diadema, e servitude a toda a raça humana, minha religião perpétua... Nenhum nome, nenhum título, nenhuma menção, nenhum louvor tenho, nem jamais terei, a não ser 'Abdu'l-Bahá. Esse é meu anelo. Essa é minha aspiração suprema. Essa é minha vida eterna. Essa é minha glória imorredoura”, disse.
Depois da ascensão de 'Abdu'l-Bahá, na madrugada do dia 28 de novembro de 1921, o Convênio foi simbolizado pelo neto, Shoghi Effendi, o único Guardião da Fé Bahá’í e, hoje, continua presente por meio da instituição máxima bahá’í, a Casa Universal de Justiça. Essa característica singular do Convênio, distingue a Fé Bahá’í das demais religiões. Pela primeira vez, um Manifestante Divino, autoriza a interpretação da palavra sagrada e assegura a continuação da autoridade para proteger a instituição religiosa.
Todas os estados brasileiros festejaram o dia do Convênio com um programa iniciado com orações. Como não existe sacerdócio ou profissionalismo religioso, os próprios membros da comunidade bahá'í – cerca de 65 mil no Brasil – montam a programação que geralmente conta com leituras de textos sagrados, palestras e uma parte social.
Leia o trecho do livro “O Convênio Eterno”, 2ª edição, página 54 a 58, e saiba de que forma 'Abdu'l-Bahá proclamou como sendo o Centro do Convênio:
*versão editada para esta matéria
´Abdu'l-Bahá escolheu Nova York como o lugar de Sua própria proclamação como o Centro do Convênio de Bahá'u'lláh. Esse momento significativo na história da Fé [Bahá’í] ocorreu na casa situada à rua Setenta e Oito, Oeste, n° 309, que Ele havia alugado para Sua permanência naquela cidade. Duas senhoras bahá´ís estavam com Ele: Lua Getzinger, que era especialmente querida por ´Abdu'l-Bahá, e Juliet Thompson, de pincel na mão, preparava-se para continuar sua pintura do retrato do Mestre. Ainda sentado, ´Abdu'l-Bahá disse a Lua, a qual entendia persa: “Isto traz-Me sono. Que posso fazer?”
Juliet respondeu: “Diga ao Mestre, Lua, que se Ele quiser tirar uma soneca, posso trabalhar enquanto dorme.” Juliet registraria em seu Diário: “Ele sentou-se imóvel como uma estátua. Seus olhos fechados, uma paz infinita naquela face marcante, uma calma divina...” Subitamente, sem nenhum aviso, toda a atmosfera da sala se transformou. Juliet descreve o que aconteceu: “... com um grande fulgor, como um relâmpago, Ele abriu os olhos e a sala pareceu balançar violentamente como um navio sob uma tempestade com o poder liberado naquele momento. O Mestre estava flamejante. “Os véus da Glória”, “os mil véus”, haviam-se rompidos e extinguidos naquela Chama ardente, e nós ficamos expostas à própria Glória.
Lua e eu sentamo-nos, tremendo e soluçando. Então Ele falou a Lua. Captei as palavras: Arauta do Convênio. Lua deu um passo à frente, a mão sobre o peito.
Eu? – exclamou.
“Chame um dos persas. Você precisa entender o que Eu vou dizer!”
Jamais esquecerei aquele momento, os olhos faiscantes de ´Abdu´l-Bahá, as reverberações de Sua Voz, o Poder que ainda faz tremer a sala.
“Eu designo você, Lua, como a Arauta do Convênio, e EU SOU O CONVÊNIO designado por Bahá'u'lláh; E ninguém pode refutar Sua Palavra! Este é o Testamento de Bahá´u´lláh. Você o encontrará no Livro Sacratíssimo (Kitáb-i-Aqdas). Vá e proclame: este é o Convênio de Deus em vosso meio!”
Uma grande alegria como que levantara Lua do solo. Seus olhos estavam radiantes de luz. Ela parecia um anjo dos céus.
“Ó, recria-me” – bradou – “para que eu possa fazer esse trabalho por Ti!”
Mas o Mestre cobrira-se novamente com Seus véus, os “mil véus”. Sentou-se outra vez, diante de nós. Voltara à Sua condição humana muito querida: muito, muito humano mesmo, muito simples... Ele havia revelado a nós “O Ápice da Imortalidade”. Havia nos elevado a uma altura da qual podíamos vê-Lo. Agora, Ele, nosso amado Pastor, estava nos levando em Seus próprios braços para nosso pequeno vale, colocando-nos aonde pertencíamos...
Na tarde daquele mesmo dia, ´Abdu'l-Bahá enviou Lua para junto das pessoas que O aguardavam na sala, para “proclamar o Convênio”; e então, um pouco mais tarde, Ele mesmo falou sobre o grau do Centro do Convênio, mas não da mesma forma fantástica como o fizera para Lua e eu. A fulgente Realidade dessa afirmativa, Ele revelara a nós através da transformação mostrada em Sua própria Pessoa.”
Ao grupo de Seus seguidores em Nova York, naquele dia, ´Abdu'l-Bahá dinamicamente afirmou quais eram as implicações do Convênio instituído por Bahá'u'lláh, logo após a leitura, que pediu fosse feita, da “Epístola do Ramo”. Foi devido a esse grande evento espiritual que Nova York foi designada como “A Cidade do Convênio”.
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