Manifestações pacíficas em defesa dos bahá'ís no Irã fazem parte da programação
Neste domingo (16), a partir das 11h, acontece a tradicional Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa no Rio de Janeiro. Em sua 5ª edição, o evento reunirá bahá'ís, cristãos, judeus, muçulmanos, umbandistas, candomblecistas, adeptos do Santo Daime, hare krishnas e outros religiosos – além de ateus e agnósticos – que levantarão a bandeira da paz, defendendo a ideia de que todos têm o direito de acreditar naquilo que os conecta com seus sentimentos e ações mais elevados.
Os
bahá'ís brasileiros vão destacar a perseguição que seus
correligionários sofrem no Irã, país que é berço de sua Fé. “O
que os bahá'ís vivem no Irã se assemelha muito ao tipo de
preconceito e discriminação sofrida pelos seguidores de religiões
afrobrasileiras aqui no Brasil”, afirma Adonias Araujo Junior, da
comunidade bahá'í de Niterói/RJ. “Protestar
contra esse tipo de situação em qualquer parte do mundo nos ajuda a
enfrentar discriminações semelhantes em nosso próprio país”,
defende Junior.
Os
bahá'ís são a maior minoria religiosa no Irã – mais de 300 mil
pessoas. Desde o século XIX eles são perseguidos sendo que a
repressão se intensificou nos últimos anos. Os abusos incluem o
banimento do acesso à educação superior aos estudantes bahá'ís;
falsas acusações e aprisionamento sem justa causa a religiosos;
entre outras violações. Outros segmentos da sociedade também
sofrem com a repressão imposta nos anos recentes pelo governo
iraniano, incluindo jornalistas, mulheres, estudantes, homossexuais,
sindicalistas e outros.
Uma
grande intervenção visual será realizada na areia da praia, na
altura do Posto 4 (próximo da Rua Siqueira Campos), com vistas a
chamar a atenção para a situação vivida no Irã. Além disso,
durante toda a Caminhada, ativistas carregarão imagens de
prisioneiros de consciência no Irã, cujo único crime é seguir uma
religião diferente da que é reconhecida oficialmente no país.
“Estaremos
mobilizados a partir das 8h nos arredores do Posto 4, usando
camisetas brancas e portando guardas-chuva, ajustando os detalhes
finais das intervenções visuais”, avisa Junior. “Quem
mais quiser se juntar a nós será muito bem-vindo”, convida ele.
A
expectativa é que cerca de 200 mil pessoas lotarão a orla da praia
de Copacabana para participar da Caminhada, promovida pela Comissão
de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR),
composta por diversas organizações religiosas, instituições
estatais e vítimas de intolerância religiosa.
Segundo
Ricardo Rubim, membro e coordenador de comunicação da CCIR, os
resultados obtidos por meio destes eventos estão principalmente
ligados a questões midiáticas. “Houve uma conscientização por
parte da polícia civil, ministério público e da população. Há
uma atenção maior voltada para este assunto, uma conscientização
do que é intolerância religiosa, o que fez com que diminuísse o
número de ataques as religiões. Atualmente, os membros das
religiões de matriz africana têm muito mais orgulho de aparecer
e expor seus ideais” conta.
Para mais informações acesse: www.eutenhofe.org.br.
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