Preparar
a juventude do mundo para o futuro irá requerer novos rumos na
educação que enfatizem seu papel como cidadãos globais. Esta foi
uma das ideias apresentadas num painel de discussões patrocinado
pela Comunidade Internacional Bahá’í, como um evento paralelo
à Comissão das Nações Unidas sobre População e Desenvolvimento,
realizada de 23 a 27 de abril em Nova Iorque.
Intitulado
“Juventude e Adolescência: Educando os Protagonistas da Mudança
Social”, o painel procurou tratar do principal tema da Comissão
deste ano.
É
preciso ensinar à juventude “o conceito de direitos humanos
fundamentais, e os conceitos de tolerância, paz e diversidade”,
disse o Embaixador William A. Awinador-Kanyirige, Vice-Representante
Permanente da Missão Permanente de Gana junto às Nações Unidas.
“Se
não oferecermos isso, juntamente com as habilidades das ciências
básicas e comunicação, não estaremos ajudando a juventude a se
perceber plenamente”, disse ele.
Abrindo
a discussão, Bani Dugal – a principal representante da Comunidade
Internacional Bahá’í junto à ONU – disse: “Queremos explorar
processos educacionais que ajudem os jovens a identificar e
desenvolver suas potencialidades... e a ver a si próprios como
protagonistas de mudança em suas próprias vidas, na vida de sua
comunidade e no mundo.”
“Hoje,
muitas das abordagens à educação tratam os estudantes de um modo
muito passivo, como receptáculos de informação em vez de membros
ativos de sua comunidade”, disse Dugal.
A
painelista Alicia Cundall, estudante da Universidade de Toronto,
disse que os jovens estão ansiosos para se tornarem parceiros
estratégicos para ajudar a planejar o mundo que herdarão.
“Eu
descobri que os adolescentes e jovens são idealistas no melhor
sentido da palavra”, disse Alicia. “Não aceitamos não como
resposta, somos firmes naquilo em que acreditamos, desafiamos o
status quo, nossa disposição mental e atitudes são flexíveis e
maleáveis e somos capazes de mudar nossas abordagens para nos
adaptar aos tempos de mudança mais facilmente que os adultos. Temos
muita energia e entusiasmo.”
Programas
para a juventude, disse ela, devem enfatizar a importância de
serviço à comunidade e da aprendizagem experimental.
Transformação
individual e coletiva
Assim como Alicia, a brasileira
Silvanice Ribeiro Avelar também acredita no potencial da juventude
como protagonista de processos de mudança. “Os jovens possuem
vontade, disposição, tempo, além de terem muita determinação e
perseverança; conseguem mobilizar a sociedade civil para assumir o
protagonismo da melhora do mundo”, afirma ela.
“Essa
transformação ocorreu gradualmente comigo também quando comecei a
participar de atividades promovidas pela comunidade bahá'í na minha
cidade”, conta a jovem de São Sebastião (DF), que tem 21 anos e é
Coordenadora dos Grupos de Pré-Jovens da região.
Na
época em que foi convidada para participar da Oficina Bahá'í de
Arte - OBA, Silvanice tinha apenas 14 anos e não tinha ainda formado
uma consciência sobre uma vida voltada para o serviço à
humanidade. A oficina é parte das atividades de lazer saudável
promovidas pelos grupos de pré-jovens1
da região.
“Fiquei
muito empolgada com a proposta do grupo, porque o programa reunia
artes dança, serviço social, esporte, lazer e estudo”, lembra
ela. “Os monitores explicavam que o propósito do programa era
fomentar essa transformação individual e coletiva”, conta
Silvanice.
Por meio de consultas e
planejamentos de atos de serviço com os integrantes do grupo, a
jovem sentia a importância de se envolver na construção de um
mundo melhor.
“Com
a participação no OBA, fiquei mais paciente, aprendi a escutar os
outros, refletir sobre as minhas ações e o impacto positivo ou
negativo que elas podem trazer para a sociedade”, analisa a jovem
estudante de Letras, cujo desejo de ser professora vem da vontade de
ajudar as pessoas a desenvolverem suas capacidades.
Contribuindo com o futuro da
sociedade
Como
parte de sua contribuição à Comissão deste ano, a Comunidade
Internacional Bahá’í emitiu uma declaração a respeito do tema.
O documento observou que há pelo menos um bilhão de pessoas em todo
o mundo com idade entre 10 e 19 anos – sendo que a metade delas
vive na pobreza e cerca de 25 por cento sobrevive com menos de um
dólar por dia.
“O
futuro da sociedade atual dependerá em grande medida do modo como
programas e métodos educacionais são projetados para liberar o
talento potencial da juventude e prepará-la para o mundo que ela irá
herdar”, diz a declaração.
A
íntegra da declaração (em inglês) pode ser encontrada aqui.
(com informações do BWNS)
1 Os
grupos de pré-jovens são atividades promovidas pela comunidade
bahá'í ao redor do mundo, voltadas para o público-alvo de 11 a 15
anos de idade. Seu objetivo é auxiliar esses adolescentes a
reconhecerem seu papel como membros ativos da comunidade em que
estão inseridos, canalizando suas energias para o serviço à
humanidade. Para mais informações, acesse www.bahai.org.br
ou entre em contato com os bahá'ís em sua localidade.
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