Representantes da Fé Bahá'í, de igrejas e denominações cristãs e do Islamismo participaram, no dia 30 de novembro, da “Vigília de orações pelas famílias”, promovida pela Vara da Infância e Juventude de Anápolis (GO). Durante o evento, realizado no Fórum da cidade por iniciativa do Juiz Carlos José Limongi Sterse, os representantes religiosos tiveram a oportunidade discorrer sobre os ensinamentos de suas religiões acerca da importância da família.
A comunidade bahá'í foi representada por Aluísio Gurgel Acosta, que foi convidado a falar sobre os ensinamentos de Bahá'u'lláh sobre a benignidade e sua aplicação na vida da família. Diante de uma mesa onde foram expostos os Livros Sagrados das religiões presentes ao evento – o Kitab-í-Aqdas (Livro Sacratíssimo da Fé Bahá'í), a Bíblia Sagrada (Cristianismo) e o Alcorão (Islamismo) – Aluísio falou da diversidade das religiões existentes no mundo e da convergência de todas elas em torno do princípio espiritual da benignidade.
“Famílias cristãs, judaicas, mulçumanas, budistas, zoroastrianas, bahá'ís, hinduístas, mórmons, de religiões de matriz africana, indígenas... todas buscam centrar suas ações e pensamentos nesse atributo divino”, disse ele.
“A benignidade é o amor em ação, pois o verdadeiro amor é prático”, continuou Aloísio. “Mas não é qualquer atitude, sacrifício ou ação em favor ao próximo. Essa postura de abnegação é uma obrigação que assumimos diante de Deus quando reconhecemos seus Mensageiros Divinos.”
“Para os cristãos, essa obrigação e compromisso com Deus é firmado quando reconheceram Jesus Cristo por meio do batismo”, ilustrou o representante bahá'í em sua fala. “Para os muçulmanos, quando acreditaram na verdade encerrada no Alcorão, deixada por Maomé. Para os judeus, quando aceitaram as leis de Moisés. Para os budistas, quando aceitaram os ensinamentos de renúncia legados por Buda. Para os hindus, quando aceitaram Krishna – assim como também fora para os Reis Magos e demais zoroastrianos quando se curvaram diante dos ensinamentos de Zoroastro, e para os bahá’ís, quando reconheceram as manifestações gêmeas d'O Báb e de Bahá’u’lláh. A Fé Bahá'í ensina que todos Esses são Manifestantes do mesmo e único Deus.”
De acordo com a Casa Universal de Justiça, órgão máximo da Fé Bahá'í, os sinais de decadência moral na sociedade vigente são consequência do enfraquecimento dos laços que unem a família. Em uma mensagem aos bahá'ís do mundo, datada de 2009, a Casa afirma que a unidade familiar é o núcleo da sociedade humana. A família “constitui um espaço dentro do qual moralidade louvável e capacidades essenciais devem ser desenvolvidas, pois os hábitos e padrões de conduta cultivados em casa são levados ao trabalho, à vida social e política do país e, em última análise, à arena das relações internacionais”.
Os ensinamentos cristãos também consideram a família como sendo a célula originária da vida social. Em uma passagem bíblica, Jesus Cristo explicou que “o lar constitui o âmbito natural para a iniciação da pessoa humana na solidariedade e nas responsabilidades comunitárias”. Cristo orientou os pais a ensinarem seus filhos a se prevenirem dos perigos e degradações que ameaçam as sociedade humanas.
A vigília foi transmitida ao vivo na internet, pela Rede TV, a Rádio São Francisco e a Rádio Manchester de Anápolis. No dia seguinte (1º de dezembro), o evento também teve repercussão na TV Tocantins, filial da rede Globo. “Estamos sendo abordados por pessoas que assistiram a reportagem em que o nome da Fé e a entrada majestosa do Livro Sacratíssimo foram mostrados”, conta Pari Forghanian Arani, da Comunidade Bahá'í de Anápolis. Ela observa que o evento foi “um marco crucial de reconhecimento da Fé Bahá'í” em sua cidade.
Além do representante bahá'í, usaram a palavra também lideranças das igrejas Católica Romana e Ortodoxa, de denominações evangélicas, do Islã, da Federação Espírita, da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, da Igreja da Unificação, da Religião de Deus e da Legião da Boa Vontade.
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