Perseguição aos bahá'ís no Irã foi lembrada durante a caminhada
Em uma demonstração de que é possível a convivência pacífica entre as religiões, milhares de pessoas de diferentes credos estiveram presentes ontem (18) na 4ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa na Orla de Copacabana, Rio de Janeiro, para pedir pelo fim à intolerância religiosa. A perseguição aos bahá'ís no Irã foi aludida durante a caminhada, com a presença de pessoas vestidas de coletes amarelos e banners, além de faixas que pediam pelo fim da perseguição e pela liberdade religiosa.
De acordo com a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), organizadora do evento, cerca de 180 mil pessoas caminhavam pela Avenida Atlântica, dentre elas judeus, bahá'ís, umbandistas, muçulmanos, candomblecistas, kardecistas, católicos, evangélicos, wiccanos, ciganos, budistas hare Krishnas, seguidores do Santo Daime, maçons, ateus e agnósticos.
A Caminhada, organizada desde 2008 pela CCIR, já faz parte do calendário nacional, sendo realizada anualmente no terceiro domingo do mês de setembro. Segundo o babalorixá Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR, o evento tem como objetivo unir a sociedade contra a intolerância, “a religião não serve para oprimir o indivíduo, mas sim para respeitar a diversidade. Movimentos como este mostram que a intolerância levam ao facismo e ao nazismo, e quem perde é a sociedade”.
No Brasil, as religiões de matriz africana ainda sofrem preconceito, e seus seguidores são perseguidos e muitas vezes vandalizados, bem como os terreiros de umbanda. Tal perseguição é semelhante ao que os bahá'ís sofrem no Irã. Segundo Iradj Eghrari, representante da comunidade bahá'í do Brasil, “o peconceito, o estereóptipo e a falta de informação sobre as várias tradições religiosas fazem com que as pessoas hajam irracionalmente contra aqueles que possuem uma crença diferente”.
“É como se eles parassem de ver essas 'outras pessoas' como seres humanos, como pessoas que merecem respeito e um tratamento justo”, disse Iradj. Ele também falou sobre a situação das lideranças bahá'ís presas no Irã desde 2008, condenadas a 20 anos de prisão em um julgamento controverso.
O representante da comunidade islâmica do Brasil, Sheikh Khaled, ressaltou que a importância da caminhada é “declarar a liberdade de religião e reafirmar os princípios morais de cada uma delas”. Ele afirma que “todos os mensageiros vêm com uma mesma missão” e que “o fundamentalismo existe em todas as religiões, mas o Isla não prega isso”.
SaritaSchaffel, representante da comunidade judaica do Rio, considera importante a participação na caminhada. “Participamos desde a primeira caminhada em 2008, pois através dessa mobilização da socieddade o mundo deve se tornar mais justo e igual”.
Os bahá'ís distribuíram mil coletes amarelos com a frase “Hoje, somos seguidores de todas as religiões”, que traduzia um sentimento compartilhado por seguidores de outras religiões, que também usaram o colete. O “grupo de amarelo” foi citado por Ivanir no discurso de abertura da caminhada, que destacou a perseguição sofrida pelos bahá'ís no Irã. Mensagens de apelo pela liberdade religiosa no Irã estampavam banners carregados ao longo da caminhada, bem como em um banner aéreo. Uma exposição itinerante com fotos e frases lembraram a situação de perseguição, bem como uma montagem de pessoas com camisetas, formando a frase “Libertem os bahá'ís no Irã” em português e inglês.
Veja aqui as imagens da caminhada.
Mais informações:
Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá'í do Brasil
Luana Reis – (61) 3255-2209 / 9977-1117
Jordana Araújo – (61) 3255-2229 / 8181-8088
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