SEIS PERGUNTAS A...
Foto: Henrique Manreza
Cineasta e integrante da Frente pela Liberdade no Irã
...FLÁVIO RASSEKH
Grupo pede a Lula que fale de direitos humanos no Irã
Flávio nasceu no Brasil e é filho de “persas”, iranianos de origem judaica (pelo lado paterno) e muçulmana (lado materno). Integrante da minoria religiosa bahais, que perseguida no Irã, ele diz que se vivesse no país certamente estaria preso numa cela escura a essa altura.
O que defende a Frente pela Liberdade no Irã?
Ao contrário de outros grupos, nós representamos 200 entidades que defendem a visita do Lula ao Irã, porque ter relações bilaterais é saudável. Mas achamos que as questões de direitos humanos precisam estar na pauta das discussões com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Quais são as principais queixas ao governo do Irã?
O governo iraniano viola os direitos humanos ao perseguir minorias religiosas como os bahais, além de jornalistas oposicionistas, mulheres e homossexuais. Cerca de um terço dos jornalistas presos no mundo está no país. A incoerência maior é que o Irã foi o primeiro país a escrever uma carta universal de direitos humanos cerca de 2500 anos atrás. Os homossexuais homens são enforcados no meio da rua por um guindaste e as mulheres são apedrejadas. Além disso, desde julho do ano passado foram fechados 109 jornais. Não há nenhum jornal livre no país que não seja ligado ao governo. A solução é trocar o governo? Não queremos derrubar governo nenhum, somos apartidários. Queremos só que os princípios democráticos — e com eles os direitos humanos — sejam respeitados.
Como Lula pode ajudar?
Se ele for lá e perguntar sobre os direitos humanos ou sobre os prisioneiros, ele joga uma luz sobre esse assunto. Lula pode aproveitar a projeção que tem com um estadista global para chamar a atenção para isso. A comunidade internacional inteira está pedindo que ele faça isso. O presidente brasileiro chegou a dizer que gostaria de visitar os dissidentes, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã avisou que se é para visitá-los seria melhor não ir ao país. Foi quando Lula mudou o discurso.
O que eles alegam para prender os bahais?
Eles dizem que os bahais são espiões de nações imperialistas — como EUA ou Israel — que espalham corrupção sobre a Terra! Isso é passível de pena de morte. Mas somos pessoas da paz. Um dos princípios dos bahais é liberdade direito entre homens e mulheres, a harmonia entre ciência e religião. Também defendemos o direito das mulheres trabalharem e não serem obrigadas a usar o véu. No Irã, pouca gente sabe, mas perante a Justiça a mulher vale menos do que o homem. Ou seja, o testemunho de uma mulher equivale a metade do testemunho de um homem. Isso não faz sentido.
O que seria de você no Irã?
Se tivesse nascido lá eu estaria preso dentro de celas apertadas, sem direito a andar ou a ter luz. Há sete líderes bahais presos atualmente no país desde 2008. A religião bahais é minoritária no país com apenas 350 mil pessoas. A população é de 70 milhões.
Fonte: Jornal Brasil Econômico
Foto: Henrique Manreza
Cineasta e integrante da Frente pela Liberdade no Irã
...FLÁVIO RASSEKH
Grupo pede a Lula que fale de direitos humanos no Irã
Flávio nasceu no Brasil e é filho de “persas”, iranianos de origem judaica (pelo lado paterno) e muçulmana (lado materno). Integrante da minoria religiosa bahais, que perseguida no Irã, ele diz que se vivesse no país certamente estaria preso numa cela escura a essa altura.
O que defende a Frente pela Liberdade no Irã?
Ao contrário de outros grupos, nós representamos 200 entidades que defendem a visita do Lula ao Irã, porque ter relações bilaterais é saudável. Mas achamos que as questões de direitos humanos precisam estar na pauta das discussões com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Quais são as principais queixas ao governo do Irã?
O governo iraniano viola os direitos humanos ao perseguir minorias religiosas como os bahais, além de jornalistas oposicionistas, mulheres e homossexuais. Cerca de um terço dos jornalistas presos no mundo está no país. A incoerência maior é que o Irã foi o primeiro país a escrever uma carta universal de direitos humanos cerca de 2500 anos atrás. Os homossexuais homens são enforcados no meio da rua por um guindaste e as mulheres são apedrejadas. Além disso, desde julho do ano passado foram fechados 109 jornais. Não há nenhum jornal livre no país que não seja ligado ao governo. A solução é trocar o governo? Não queremos derrubar governo nenhum, somos apartidários. Queremos só que os princípios democráticos — e com eles os direitos humanos — sejam respeitados.
Como Lula pode ajudar?
Se ele for lá e perguntar sobre os direitos humanos ou sobre os prisioneiros, ele joga uma luz sobre esse assunto. Lula pode aproveitar a projeção que tem com um estadista global para chamar a atenção para isso. A comunidade internacional inteira está pedindo que ele faça isso. O presidente brasileiro chegou a dizer que gostaria de visitar os dissidentes, mas o ministro das Relações Exteriores do Irã avisou que se é para visitá-los seria melhor não ir ao país. Foi quando Lula mudou o discurso.
O que eles alegam para prender os bahais?
Eles dizem que os bahais são espiões de nações imperialistas — como EUA ou Israel — que espalham corrupção sobre a Terra! Isso é passível de pena de morte. Mas somos pessoas da paz. Um dos princípios dos bahais é liberdade direito entre homens e mulheres, a harmonia entre ciência e religião. Também defendemos o direito das mulheres trabalharem e não serem obrigadas a usar o véu. No Irã, pouca gente sabe, mas perante a Justiça a mulher vale menos do que o homem. Ou seja, o testemunho de uma mulher equivale a metade do testemunho de um homem. Isso não faz sentido.
O que seria de você no Irã?
Se tivesse nascido lá eu estaria preso dentro de celas apertadas, sem direito a andar ou a ter luz. Há sete líderes bahais presos atualmente no país desde 2008. A religião bahais é minoritária no país com apenas 350 mil pessoas. A população é de 70 milhões.
Fonte: Jornal Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário