Uma nova declaração, desafiando a hipótese comum de que os seres humanos são escravos de interesse pessoal e de consumismo, foi emitido pela Comunidade Internacional Bahá’í (BIC).
Um olhar mais profundo à natureza humana revelaria a habilidade de responder a chamados mais elevados, sugere o documento – emitido esta semana para a Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas ao iniciar sua sessão anual de duas semanas.
“A cultura do consumismo tem tido a tendência de reduzir os seres humanos a consumidores competitivos e insaciáveis de bens e a objetos de manipulação pelo mercado”, diz o documento.
De fato, “a experiência humana é de natureza essencialmente espiritual: está enraizada na realidade interior – ou aquilo que alguns chamam de ‘alma’ – que todos temos em comum”, afirma.
O documento intitulado “Repensando a Prosperidade: Criando Alternativas à Cultura de Consumismo”, desafia a visão de que há um conflito inalterável entre aquilo que as pessoas querem – que supostamente é consumir mais – e o que a humanidade necessita.
“Grande parte da teoria econômica e psicológica retrata os seres humanos como escravos do interesse pessoal”, diz o documento. “As faculdades necessárias para construir uma ordem social mais justa e sustentável – moderação, justiça, amor, razão, sacrifício e serviço ao bem comum – são muito frequentemente rejeitadas como ideais ingênuos. Ainda assim, são estas e as qualidades relacionadas que precisam ser cultivadas.
Peter Adriance, membro da delegação da Comunidade Internacional Bahá’í à Comissão, disse que a declaração é uma contribuição para um diálogo acerca do desenvolvimento de uma estrutura de 10 anos para encorajar novos programas para fazer avançar o consumo e a produção sustentáveis.
“O documento trata da questão do consumismo refletindo sobre o que é a natureza humana”, disse ele. “Devemos levar em consideração quem somos e qual é o propósito da nossa vida.
“A transição para consumo e produção sustentáveis é um dos grandes desafios do nosso tempo, e alcançá-los exigirá uma transformação tanto de pensamento como de ação. As forças culturais em ação são poderosas e requerem um reexame se quisermos avançar”, disse ele.
Para a Assessora de Assuntos Institucionais da Comunidade Bahá'í do Brasil, Daniella Hiche, o País é considerado uma referência mundial na área de economia solidária. Ela afirma que “as atividades econômicas e sociais de base desenvolvidas como alternativas ao atual modelo estrutural e os estudos acadêmicos sobre economia solidária evoluíram a tal ponto que se tornou necessária a criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária”. “Tal trajetória demonstra que brasileiros e brasileiras possuem ideais elevados bem como algumas das ferramentas para a construção de uma ordem social mais justa”, diz Daniella.
A declaração pode ser lida no seguinte endereço (em inglês): http://bic.org/statements-and-reports/bic-statements/10-0503.htm.
Como contribuição adicional ao trabalho deste ano da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, a Comunidade Internacional Bahá’í será co-responsável por um painel de discussão no dia 10 de maio sobre o mesmo tópico da declaração.
Os painelistas incluem Tim Jackson da Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Reino Unido; Victoria Thoresen da Parceria Norueguesa para Educação e pesquisa sobre Vida Responsável; Jeff Barber da Coalisão Internacional sobre Produção e Consumo Sustentáveis sediada nos EU; e Luis Flores Mimica da Consumers International, sediada no Chile.
A discussão será moderada por Duncan Hanks da Agência Bahá’í Canadense de Desenvolvimento Internacional. Ela é co-responsabilidade da UNESCO e a Missão Permanente da Suécia na Organização das Nações Unidas.
Para ler o artigo e ver a fotografia, acesse o seguinte endereço (em inglês): http://news.bahai.org/story/770
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