Em entrevista ao jornal Zero Hora, de Porto Alegre, o iraniano radicado na cidade, Enayatollah Vahdat, de 86 anos expõe com clareza a importância da visita do presidente Lula ao Irã e do diálogo pacífico em relação ao enriquecimento de urânio pelo país. Enayatollah é membro da Comunidade Bahá'í do Brasil e vê a tentativa de diálogo como sendo um benefício para o futuro da humanidade.
Abaixo está a íntegra da entrevista:
Zero Hora – Qual é a importância da tentativa do Brasil de criar um diálogo entre o Irã e outros países, em relação ao desenvolvimento da tecnologia nuclear e o temor das armas nucleares?
Vahdat – Toda tentativa para se criar a paz e evitar conflitos é válida, qualquer tentativa de diálogo é positiva para o futuro da humanidade. Se o Irã criar conflito de forma mundial, isso vai custar caro para todos. Acredito que se o Irã colaborasse e permitisse que vistoriassem suas instalações nucleares, poderia desenvolver a tecnologia com fins pacíficos, mas o país não é transparente sobre o trabalho que desenvolve no campo atômico. Diversos países já tentaram promover um diálogo, Grã-Bretanha, França, e não conseguiram nada. Acho que a simplicidade e a grandeza do Brasil são importantes nesse processo e considero a iniciativa de Lula algo muito louvável.
ZH – A comunidade internacional vê com maus olhos a visita de Lula ao Irã. Há quem diga que o Lula pode ser usado por Ahmadinejad. O senhor concorda com isso?
Vahdat – Não. Eu concordo com a opinião do presidente brasileiro, que afirmou que só defende o desenvolvimento de tecnologias com fins pacíficos, e que o mundo poderia ficar mais tranquilo se o urânio enriquecido fosse levado para outros países, como aconselham as potências mundiais. Se o Irã não concordar com Lula, Lula não vai concordar com o Irã. Ahmadinejad não é capaz de manipular Lula. O sistema político brasileiro é muito independente.
ZH – Na sua visão, o que significa essa visita de Lula ao Irã?
Vahdat – Os Estados Unidos já disseram que é a última chance que o Irã tem. Até a Rússia já não apoia mais o Irã. O Irã devia seguir o exemplo da Rússia, que se comprometeu a diminuir o número de ogivas nucleares. A China é o único país com poder de veto que impede as sanções. Se a tentativa de Lula fracassar, não acredito que haverá guerra, mas sim sanções econômicas, medidas que poderiam derrubar até um regime, na minha opinião.
Entrevista publicada em 15/10/10 no endereço: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2905023.xml&template=3898.dwt&edition=14694§ion=1015
Abaixo está a íntegra da entrevista:
Zero Hora – Qual é a importância da tentativa do Brasil de criar um diálogo entre o Irã e outros países, em relação ao desenvolvimento da tecnologia nuclear e o temor das armas nucleares?
Vahdat – Toda tentativa para se criar a paz e evitar conflitos é válida, qualquer tentativa de diálogo é positiva para o futuro da humanidade. Se o Irã criar conflito de forma mundial, isso vai custar caro para todos. Acredito que se o Irã colaborasse e permitisse que vistoriassem suas instalações nucleares, poderia desenvolver a tecnologia com fins pacíficos, mas o país não é transparente sobre o trabalho que desenvolve no campo atômico. Diversos países já tentaram promover um diálogo, Grã-Bretanha, França, e não conseguiram nada. Acho que a simplicidade e a grandeza do Brasil são importantes nesse processo e considero a iniciativa de Lula algo muito louvável.
ZH – A comunidade internacional vê com maus olhos a visita de Lula ao Irã. Há quem diga que o Lula pode ser usado por Ahmadinejad. O senhor concorda com isso?
Vahdat – Não. Eu concordo com a opinião do presidente brasileiro, que afirmou que só defende o desenvolvimento de tecnologias com fins pacíficos, e que o mundo poderia ficar mais tranquilo se o urânio enriquecido fosse levado para outros países, como aconselham as potências mundiais. Se o Irã não concordar com Lula, Lula não vai concordar com o Irã. Ahmadinejad não é capaz de manipular Lula. O sistema político brasileiro é muito independente.
ZH – Na sua visão, o que significa essa visita de Lula ao Irã?
Vahdat – Os Estados Unidos já disseram que é a última chance que o Irã tem. Até a Rússia já não apoia mais o Irã. O Irã devia seguir o exemplo da Rússia, que se comprometeu a diminuir o número de ogivas nucleares. A China é o único país com poder de veto que impede as sanções. Se a tentativa de Lula fracassar, não acredito que haverá guerra, mas sim sanções econômicas, medidas que poderiam derrubar até um regime, na minha opinião.
Entrevista publicada em 15/10/10 no endereço: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2905023.xml&template=3898.dwt&edition=14694§ion=1015
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