30 de janeiro de 2009
“A destruição do cemitério de Khavaran por agentes do governo é contra todos os conceitos de respeito para com os mortos de qualquer cultura, incluindo os valores pregados pelos Islã”, disse Diane Ala’i, representante da Comunidade Internacional Bahá’í para as Nações Unidas em Genebra.
“Nos unimos a outros grupos de direitos humanos de dentro e fora do Irã para condenar este ato vergonhoso, que é mais um sinal da intolerância do atual regime iraniano,” disse a Sra. Ala’i.
Localizado a sudoeste de Teerã, o cemitério de Khavaran era usado como um lugar de sepultamento para as centenas de pessoas mortas nos primeiros anos da revolução iraniana.
No inicio deste mês, um grupo de indivíduos não identificados usando escavadeiras demoliram uma área do cemitério conhecida como “cemitério dos infiéis,” a área em que foram enterradas muitas das pessoas executadas durante a revolução.
Relatórios indicam que o grupo representava claramente uma divisão do governo. Também foi relatado que os oficiais disseram ao zelador do cemitério que a parcela estava sendo demolida para dar lugar a uma área verde ou parque.
Grupos de direitos humanos do Irã e de outros países estão desde então registrando protestos.
Em 20 de janeiro de 2009, a Anistia Internacional chamou as autoridades iranianas a “Pararem imediatamente com a destruição de centenas de tumbas de indivíduos em Khavaran, ao sul de Teerã, para garantir que o lugar seja preservado e para iniciar uma investigação forense no local como parte de um longa investigação cabal e imparcial sobre as execuções massivas que começaram em 1988...”
Defensores iranianos dos direitos humanos, incluindo a ganhadora do Premio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, também condenaram a destruição do cemitério.
“Soubemos recentemente que o cemitério de Khavaran, onde as vítimas do massacre ilegal dos prisioneiros políticos na década de 80 em especial no ano de 1988 estão enterradas, foi destruído por alguns oficiais,” disse o Centro dos Defensores dos Direitos Humanos em uma declaração publicada em 25 de janeiro, de acordo com a Agence France-Presse (AFP). “O Centro dos Defensores em Direitos Humanos condena este ato estarrecedor e horrível e nota que todos , inclusive as autoridades, devem preservar a dignidade dos mortos.”
Pelo menos 15 bahá'ís foram enterrados naquela sessão do cemitério, todos vítimas do inicio da década dos 80 quando o governo lançou uma campanha para perseguir sistematicamente os bahá’ís iranianos devido a sua crença religiosa.
Sabe-se, especificamente, que os oito membros da instituição administrativa nacional bahá’í que foram mortos no dia 27 de dezembro de 1981 estão enterrados neste cemitério junto a seis membros da Assembléia Espiritual Local de Teerã, mortos no dia 4 de janeiro de 1982. É possível que outros bahá’ís tenham sido enterrados lá também.
De acordo com uma bahá’í cujo esposo está enterrado neste local, a maioria das tumbas nesta sessão do cemitério não estavam identificadas, estando somente designadas por marcadores numéricos para as filas.
“Eles chamam de “o lugar para os 'infiéis'”, disse a viúva, que reside atualmente fora do Irã. “Nos forneceram somente o número da fila, e era desta forma que eu sabia onde o meu esposo estava, mas não haviam marcadores e não nos era permitido identificar qual tumba era qual.
Para acessar o artigo original em inglês ir a http://news.bahai.org/story/691
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