Ebadi disse ao jornal reformista Kargozaran que crê que a alegação contra sua filha tenha a ver com sua decisão de defender sete bahais detidos sob a acusação de terem contato com Israel, o arquiinimigo do Irã.
"Eu me orgulho de dizer que eu e minha família somos xiitas", disse ela em nota publicada pelo jornal na terça feira.
"No tribunal eu defenderei os Bahais. Dois colegas meus aceitaram seu caso juntamente comigo, embora não tenham podido ver suas famílias.
Na quarta feira, a agência noticiosa oficial do Irã, IRNA, divulgou que a filha de Ebadi havia se convertido à religião Bahai há cerca de um ano, citando o que chamaram uma “fonte de informação”.
A alegação é séria no Irã. Não somente a fé Bahai é proscrita, mas qualquer conversão para fora do Islã é considerada apostasia, uma ofensa punida com a morte.
No sábado, o promotor adjunto de Teerã, Hassan Haddad, anunciou que sete bahais haviam sido detidos.
"Eles haviam formado um grupo e estavam tendo contato com Israel e estavam recebendo ordens de lá para agirem contra nossos interesses", acusou ele.
Em maio, a União Européia expressou "séria preocupação acerca da contínua e sistemática discriminação e perturbação aos bahais do Irã por causa de sua religião."
A presidência da UE disse estar "profundamente preocupada" pelos relatos de que oficiais do ministério da inteligência haviam detido seis membros da fé bahai e os mantinham presos.
O Irã disse que em janeiro condenou 54 bahais por fazerem propaganda contra o regime, três deles a quatro anos de prisão, enquanto os outros receberam prisão suspensa de um ano.
A fé Bahai originalmente desenvolveu-se no Irã em 1863, mas não é reconhecida pelo governo. Seus seguidores são considerados infiéis e têm sofrido perseguição tanto antes como depois da Revolução Islâmica de 1979.
Os bahais consideram Bahaullah, nascido em 1817, o mais recente profeta enviado por Deus à Terra. Ele foi banido e passou 40 anos em exílio antes de sua morte na Terra Santa em 1892. Seu sepulcro se encontra nos arredores da cidade portuária israelense de Haifa.
Leia a notícia na página da AFP em:
http://afp.google.com/article/ALeqM5hW1Z9zuKcNBQe0RIZpSysquDUX4w
Nenhum comentário:
Postar um comentário