(Com
informações da Assessoria de Comunicação da CCIR)
Em
comemoração ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa,
a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro
(CCIR), promoverá mais uma edição do “Cantando A Gente se
Entende”. O evento será realizado no dia 24 de janeiro, na
Cinelândia (RJ), e tem o objetivo de chamar a atenção para a
importância da convivência entre os diversos credos.
Ogans, que
são pessoas com cargos masculinos de diversas funções em terreiros
de Candomblé e que, geralmente, ficam responsáveis pelos cânticos;
padre; banda gospel e outas atrações participarão do evento, que
está marcado para ter início às 18h.
As
apresentações musicais terão cerca de 15 minutos cada uma. Entre
os artistas participantes estão duas duas cantoras bahá'ís, já
conhecidas do público em prol da liberdade religiosa no Rio de
Janeiro. "Marta e Bia são reconhecidas pelas suas apresentações
de músicas inspiradas nos ensimentos bahá'ís, e sempre participam
das Caminhadas pela Liberdade Religiosa, realizadas anualmente pela
CCIR, e de outros eventos relacionados a esta temática",
explica a advogada Inaê Estrela, representante da comunidade bahá'í
no evento. Cada religião terá também um breve momento de fala
antes das apresentações para abordar a questão da liberdade de
crença e religião.
Para Inaê,
a participação em atividades desta natureza é importante para
demonstrar que não é só no Brasil que ocorrem perseguições a
determinados grupos. No caso dos bahá'ís, essa perseguição ocorre
principalmente no Irã, país que é berço da religião, e se
estende até os dias de hoje. “É importante demonstrar que a paz é
possível entre as religiões e que estamos aqui tentando apenas
conseguir um direito que está na Constituição Federal.
Marta e Bia(foto) são atração confirmada neste ano no "Cantando a gente se entende" |
Candomblecistas,
umbandistas, espíritas, muçulmanos, judeus, budistas, ciganos,
wiccans, católicos, seguidores da Fé Bahá’í, Hare Krishnas,
evangélicos e outros representantes religiosos aguardam o evento com
entusiasmo.
“Será
montada uma grande estrutura no palco, que ficará em frente ao
Theatro Municipal. Haverá outros artistas, mas posso adiantar
somente as participações do ogan Tião Casemiro, do ogan Taina, e
padre Omar”, revela o produtor Jorge Damião.
Histórico
Em pleno ano 2000, uma sacerdotisa do Candomblé falecia por conta de
um enorme susto, ao ver seu rosto na capa do jornal “Folha
Universal”, com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso
e a vida de clientes”. Vítima de um enfarte, Gildásia dos Santos
e Santos, conhecida como Mãe Gilda, deixou filhos e marido. A data
de sua morte (21 de janeiro) serviu para estabelecer o Dia Nacional
de Combate à Intolerância Religiosa.
O caso Mãe
Gilda ficou conhecido mundialmente. Ela era moradora e fundadora do
Ilê Asé Abassá de Ogum, terreiro de Candomblé localizado nas
imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã, Salvador (BA).
A revista
Veja publicou matéria em 1992 em que aparecia uma foto de Mãe
Gilda, trajada com roupas de sacerdotisa, tendo aos seus pés uma
oferenda como forma de solicitar aos orixás que atendessem às
súplicas daquele momento. A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)
publicou fotografia no jornal “Folha Universal”, em outubro de
1999, associada a uma agressiva e comprometedora reportagem sobre
charlatanismo, sob o título: “Macumbeiros charlatões lesam o
bolso e a vida dos clientes”. A matéria afirmava estar crescendo
no País um “mercado de enganação”. Nesta reportagem, a foto da
Mãe Gilda aparece com uma tarja preta nos olhos. A publicação
dessa foto marca o início de um doloroso, porém definidor processo
de luta por justiça da família e de todos os religiosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário