* Por Luana Reis

O Báb, que em persa quer dizer 'A Porta do Conhecimento de Deus', é o título que Siyyid 'Alí-Muhammad tomou para si após a declaração de que ele era o Mensageiro Divino encarregado de preparar e anunciar a vinda do Prometido por Deus.
Os ensinamentos do Báb - uma guia espiritual para a construção de uma sociedade mais justa - se espalharam em meio a um contexto histórico de grandes injustiças sociais. O país era governado por um poderoso monarca, o Xá, que concentrava em suas mãos os poderes executivo, legislativo e judiciário. Os sacerdotes ou "aiatloás" exerciam domínio total sobre o povo e o governo.
A doçura de suas palavras e retidão de sua conduta conquistaram a simpatia de milhares de pessoas pelo país, despertando a atenção e a fúria do clero, ainda que os ensinamentos do Báb convocassem a todos a “tornarem-se como verdadeiros irmãos na religião una e indivisível de Deus”. S. G.W. Benjamim, diplomata americano acreditado junto ao Irã que viveu à época, descreveu a influência dos seguidores do Báb, como "um dos fenômenos religiosos mais importantes nesta era", cujos adeptos se espalhavam por todas as partes da Pérsia se estendendo até a Turquia.
Este novo paradigma social incomodou de tal maneira o governo e os clérigos que o Báb foi exilado para locais cada vez mais distantes de sua cidade natal, como Máh-Kú, Chihríq e Tabríz. Ao contrário da intenção do governo, em cada vilarejo que o prisioneiro chegava ele ganhava imediatamente a simpatia e confiança da população local.
Percebendo que não mais tinham controle sobre a situação, as autoridades tomaram uma decisão drástica. E foi na cidade de Tabríz, em 9 de julho de 1850, que o Báb foi martirizado publicamente.
Os ensinamentos trazidos pelo Báb constituíram o embrião do que hoje conhecemos como a Fé Bahá'í, uma religião que superou o preconceito e a perseguição da época dados seus princípios. Esses princípios tem norteado desde então os bahá'ís, propiciado, de acordo com a revelação de Bahá'u'lláh, o surgimento de uma comunidade global, plural e dinâmica, cujas ações estão fundamentadas na unidade na diversidade; igualdade e justiça; igualdade de gênero; veracidade e liderança moral; e a independente investigação da verdade.
* Luana Reis é jornalista, trabalha no Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e é membro da Comunidade Bahá'í do Brasil
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