Às vésperas da Rio+20, uma
reunião realizada na última terça feira (5) num apartamento na Asa
Sul, em Brasília (DF), abordou os desafios encontrados pela
sociedade para eliminar os extremos de pobreza e riqueza. A partir
desta semana, o tema será tratado também por centenas de chefes de
estado e representantes de alto escalão a partir desta semana no Rio
Centro.
Há
mais de 20 anos, Guitty Milani promove reuniões desta natureza em
sua residência. Para ela, esta é uma maneira de contribuir para o
aprofundamento acerca de temas relevantes no contexto atual no âmbito
das comunidades locais, de acordo com os princípios da Fé Bahá'í.
“Assim como eu, inúmeros bahá'ís por todo o Brasil e pelo mundo
abrem suas casas para esse tipo de atividade1”,
diz ela.
O assunto foi selecionado como
contribuição ao Dia de Ação Global pela sustentabilidade,
promovido mundialmente por organizações da sociedade civil, que
coincidiu com o Dia Mundial do Meio Ambiente. “É
muito interessante reunir na minha sala de estar pessoas de origens
diversas para tratar de um tema que os governos e a sociedade estão
discutindo em reuniões de alto nível”, avalia Guitty, que
todas as terças-feiras reúne convidados para eventos como este.
Durante a palestra inicial, Iradj
Roberto Eghrari, membro da comunidade bahá'í do Guará,
contextualizou a importância do estabelecimento de três pilares na
base da sociedade: direitos humanos, justiça e unidade. “Para que
os direitos humanos possam ser estabelecidos é preciso haver justiça
na Terra”, afirmou Iradj. “A unidade da humanidade é o único
princípio capaz de trazer desenvolvimento para todo o mundo”,
disse ele.
Para Iradj, o panorama da situação
atual do mundo indica uma crise sistêmica. “Os problemas
internacionais até hoje são definidos com base em uma visão
materialistas”, avalia ele. “Mas a humanidade agora está
atingindo a maturidade e já é capaz de reconhecer a existência de
um único povo, uma única família humana. Se acreditamos que a
justiça deve ser o princípio governante da organização social,
então precisamos repensar os paradigmas vigentes no mundo”, disse
ele.
Iradj ressaltou ainda o fato de a
imensa maioria da população reconhecer a dimensão espiritual da
natureza humana. “Por que, então, as políticas de desenvolvimento
não focam essa dimensão, em vez de serem dedicadas a questões
meramente materiais? É preciso uma mudança radical de paradigma”,
afirmou.
Para o aposentado Hoeck Miranda,
um dos participantes da reunião, a maior contribuição que os
bahá'ís podem oferecer à questão do desenvolvimento sustentável
é trazer a questão espiritual para os debates em todos os níveis.
“Além disso”, disse ele, “a humanidade precisa reconhecer a
importância da consulta como instrumento para se atingir a unidade.
É preciso realmente haver uma mudança de atitude. Precisamos
abandonar o cenário competitivo para seguir o caminho da
cooperação”, afirma Hoeck.
Para
saber mais sobre as atividades promovidas pelos bahá'ís em sua
cidade, acesse www.bahai.org.br
ou escreva para info@bahai.org.br.
1 As
reuniões de amigos promovidas pelos bahá'ís ocorrem geralmente em
residências particulares e são abertas à participação de todos
os interessados. É comum que uma pessoa seja convidada a fazer uma
breve palestra inicial sobre o tema selecionado, que então é
seguida de comentários por parte de todos os presentes. O objetivo
é estreitar os laços entre a comunidade local e favorecer a
participação na discussão de temas relevantes para a sociedade.
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