Proibição visa limitar a atuação profissional dos jovens bahá'ís, enfraquecendo sua comunidade no Irã
Foto: Gustavo Tilio
As autoridades iranianas invadiram cerca de 30 casas de bahá'ís envolvidos com o Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE, sigla no inglês) - uma instituição que possibilita o acesso à educação superior a jovens banidos das universidades pelo governo. Cerca de 16 indivíduos foram presos no dia 21 de maio, entre professores e facilitadores. Uma pessoa foi liberada no mesmo dia e outras oito foram interrogadas por oficiais do Ministério da Inteligência e liberadas em seguida.
Desde a revolução islâmica em 1979, os seguidores da Fè Bahá'í - a maior minoria religiosa não muçulmana do Irã - vem sendo sistematicamente privados do acesso ao ensino superior. A criação do Instituto Bahá'í para Educação Superior teve como objetivo oferecer a possibilidade de continuação dos estudos para esses jovens. As aulas ocorriam nas casas de indivíduos bahá'ís, com a ajuda de professores e colaboradores voluntários.
“A atitude do governo iraniano demonstra até onde estão dispostos a ir em sua campanha para inviabilizar a existência da comunidade bahá'í no país, privando os jovens bahá'ís de construirem suas carreiras e participarem da melhora da sociedade”, afirmou Mary Aune, representante da Comunidade Bahá'í do Brasil.
Do Irã para o Brasil, em busca de uma oportunidade de estudar
Aos 46 anos, Nahid Shams, uma iraniana radicada no Brasil graduou-se recentemente em psicologia pela Faculdade de Americana. Ela conta que, pelo fato de ser bahá'í, teve o acesso à universidade negado nos primeiros anos da revolução islâmica. Para realizar seu sonho de estudar, ela fugiu do Irã adentrando solo paquistanês, onde conheceu o também iraniano Ramin Shams, com quem se casou e veio para o Brasil em 1986.
A religião de Nahid tem a educação universal como um de seus fundamentos, e todos os seus seguidores são estimulados a buscar uma profissão por meio da qual possa contribuir com a melhora da sociedade. A vontade de ajudar as pessoas exercendo uma profissão fez com que Nahid saísse sozinha do Irã, deixando parentes e amigos. “Eu queria estudar. Sabia que se não seguisse uma carreira ficaria limitada à vida doméstica, o que acontece com 90% das mulheres iranianas. Gosto de fazer coisas diferentes e de ajudar as pessoas, e ao mesmo tempo eu também aprendo”, afirma Nahid.
Ela explica que os bahá'ís são impedidos de trabalhar em empresas de grande porte, bem como em cargos públicos. "Isso os deixa poucas alternativas: os homens são obrigados a se dedicarem ao comércio e as mulheres à vida doméstica", diz ela.
Durante sua cerimônia de colação de grau, ocorrida em março de 2011, Nahid promoveu um manifesto em homenagem aos milhares de jovens que ainda sofrem perseguição no Irã.
Foto: Gustavo Tilio
As autoridades iranianas invadiram cerca de 30 casas de bahá'ís envolvidos com o Instituto Bahá'í para Educação Superior (BIHE, sigla no inglês) - uma instituição que possibilita o acesso à educação superior a jovens banidos das universidades pelo governo. Cerca de 16 indivíduos foram presos no dia 21 de maio, entre professores e facilitadores. Uma pessoa foi liberada no mesmo dia e outras oito foram interrogadas por oficiais do Ministério da Inteligência e liberadas em seguida.
Desde a revolução islâmica em 1979, os seguidores da Fè Bahá'í - a maior minoria religiosa não muçulmana do Irã - vem sendo sistematicamente privados do acesso ao ensino superior. A criação do Instituto Bahá'í para Educação Superior teve como objetivo oferecer a possibilidade de continuação dos estudos para esses jovens. As aulas ocorriam nas casas de indivíduos bahá'ís, com a ajuda de professores e colaboradores voluntários.
“A atitude do governo iraniano demonstra até onde estão dispostos a ir em sua campanha para inviabilizar a existência da comunidade bahá'í no país, privando os jovens bahá'ís de construirem suas carreiras e participarem da melhora da sociedade”, afirmou Mary Aune, representante da Comunidade Bahá'í do Brasil.
Do Irã para o Brasil, em busca de uma oportunidade de estudar
Aos 46 anos, Nahid Shams, uma iraniana radicada no Brasil graduou-se recentemente em psicologia pela Faculdade de Americana. Ela conta que, pelo fato de ser bahá'í, teve o acesso à universidade negado nos primeiros anos da revolução islâmica. Para realizar seu sonho de estudar, ela fugiu do Irã adentrando solo paquistanês, onde conheceu o também iraniano Ramin Shams, com quem se casou e veio para o Brasil em 1986.
A religião de Nahid tem a educação universal como um de seus fundamentos, e todos os seus seguidores são estimulados a buscar uma profissão por meio da qual possa contribuir com a melhora da sociedade. A vontade de ajudar as pessoas exercendo uma profissão fez com que Nahid saísse sozinha do Irã, deixando parentes e amigos. “Eu queria estudar. Sabia que se não seguisse uma carreira ficaria limitada à vida doméstica, o que acontece com 90% das mulheres iranianas. Gosto de fazer coisas diferentes e de ajudar as pessoas, e ao mesmo tempo eu também aprendo”, afirma Nahid.
Ela explica que os bahá'ís são impedidos de trabalhar em empresas de grande porte, bem como em cargos públicos. "Isso os deixa poucas alternativas: os homens são obrigados a se dedicarem ao comércio e as mulheres à vida doméstica", diz ela.
Durante sua cerimônia de colação de grau, ocorrida em março de 2011, Nahid promoveu um manifesto em homenagem aos milhares de jovens que ainda sofrem perseguição no Irã.
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