No auge de sua juventude, ainda nos anos 20, ela decidiu vir ao Brasil sozinha difundir a Fé Bahá'í
“Lembrei-me então que não estava 'sozinha', pois havia vindo em resposta ao chamado de 'Abdu'l-Bahá; e não havia Ele prometido que quem se levantasse para servir Sua Causa, não importando a fraqueza ou a aparente falta de recursos, seria sustentado pelo poder do Espírito Santo?”
Pensamentos de Leonora Armstrong ao pisar em solo brasileiro
Considerada a mãe espiritual da América
do Sul, em especial do Brasil, Leonora Armstrong partiu para o desconhecido aos 25 anos, sozinha, com o objetivo de levar a Fé Bahá'í ao continente. Para isso, teve que superar as barreiras do idioma, a timidez, a falta de auto-confiança e até mesmo a desaprovação de amigos e familiares. Ela chegou ao Porto de Mauá, no Rio de Janeiro, em 1° de fevereiro de 1921 sem conhecer ninguém, tendo apenas o telefone de uma pessoa em Santos, com a qual Martha Root havia tido contato em suas viagens pela América do Sul. Além disso, só havia a recente amizade iniciada com Aida Eines, quem conheceu no navio durante a longa jornada.
O primeiro ano de Leonora no Brasil foi bastante difícil. Ela ganhava pouco e trabalhava muito: dava aulas de inglês cedo pela manhã e à noite; ao longo do dia era guarda-livros em um escritório contábil. Depois do expediente, ficava até altas horas da noite traduzindo livros bahá’ís. À medida que a quantidade de alunos de inglês aumentou ela pôde deixar o trabalho no escritório, restando-lhe mais tempo para traduzir, ao mesmo tempo em que mais oportunidades para falar sobre a Fé surgiam. Uma grande conquista nesse primeiro período foi ter, com muita coragem, participado do Congresso Nacional de Esperanto em menos de três meses da sua chegada, o que resultou em um artigo com a foto de 'Abdu'l-Bahá publicado na mídia local.
Mais artigos foram publicados como resultado das viagens que Leonora fez pelo Brasil, perpassando o território brasileiro do Rio de Janeiro a Manaus, sempre fazendo contatos com pessoas interessadas e editores de jornais.
Foi em Salvador, Bahia, que teve a oportunidade de dedicar-se mais à Fé, realizando muitas palestras. Lá os primeiros bahá’ís do Brasil se declararam. Leonora fez diversas traduções para o português, espanhol e braille. Iniciou e inspirou atividades sociais e humanitárias - escola para órfãos, apoio a refugiados de guerra e adoção de crianças. Durante um surto de cólera no Ceará, seu trabalho social teve reconhecimento público como “a enfermeira dos pobres”.
A primeira Assembleia Espiritual Local do Brasil - e da América Latina - foi eleita em Salvador após 20 anos de árduo trabalho para o progresso da Causa. Depois do casamento com o inglês Harold Armstrong, em 1941, o casal foi para o Rio de Janeiro e, em 1946, ajudou a estabelecer a segunda Assembleia Local do país. Seu trabalho como pioneira também foi essencial para que a cidade de São Paulo pudesse eleger sua Assembleia no ano seguinte, atraindo um grande número de pessoas à Fé Bahá’í com sua eloquência e seu exemplo de serviço às comunidades pelas quais passava.
Com o passar dos anos, comunidades foram formadas em diversas regiões do país, com o surgimento de novas Assembleias Locais em São Caetano, Campinas, Curitiba e Porto Alegre; e de grupos de bahá’ís em Recife, Belo Horizonte, Cachoeira Dourada, Mogi Mirim, Poços de Caldas e Santos; além de indivíduos bahá’ís em cidades dos estados do Pará, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná. Enfim, na esperada Convenção Nacional no Ridván de 1961 elegeu-se a primeira Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil, retratando o avanço da comunidade brasileira diante do empenho de Leonora e dos demais bahá’ís do país.
Após o falecimento de seu esposo, em 1973, Leonora foi designada pela Casa Universal de Justiça para servir como Conselheira Continental para a América do Sul, juntamente com Peter McLaren e Raul Pavón - função que desempenhou com o amor e a dedicação de sempre. Já com a saúde muito debilitada, aos 84 anos ela voltou para Salvador a convite da Assembleia Nacional, passando a viver sob os cuidados de uma família bahá’í. Mesmo com as fortes dores no corpo, continuou com seu trabalho de tradução deitada em seu leito.
Dona Leonora, como ficou conhecida pelos amigos e admiradores, deixou uma vida de conforto nos Estados Unidos, onde tinha a companhia de amigos e familiares, o emprego que gostava, um bom salário e moradia confortável para iniciar sozinha no Brasil o trabalho de divulgação da Fé. Seu amor pela Causa e por aqueles que se levantavam para servir fizeram-na superar todas as dificuldade pelas quais passou. E nos momentos de desalento, as doces palavras do Guardião a encorajava a seguir com seu trabalho.
Ela ascendeu ao mundo espiritual no dia 17 de outubro de 1980. Ficaram os frutos que plantou nos quase 60 anos que se dedicou ao progresso da sociedade brasileira e a lembrança da grande mulher que nos inspira até os dias de hoje a seguir trabalhando pela melhora do mundo.
Para saber mais sobre a vida de Leonora, leia:
"Leonora Armstrong - A Mãe Espiritual da América do Sul e do Brasil". Marques, Gabriel. Editora Bahá'í.
O primeiro ano de Leonora no Brasil foi bastante difícil. Ela ganhava pouco e trabalhava muito: dava aulas de inglês cedo pela manhã e à noite; ao longo do dia era guarda-livros em um escritório contábil. Depois do expediente, ficava até altas horas da noite traduzindo livros bahá’ís. À medida que a quantidade de alunos de inglês aumentou ela pôde deixar o trabalho no escritório, restando-lhe mais tempo para traduzir, ao mesmo tempo em que mais oportunidades para falar sobre a Fé surgiam. Uma grande conquista nesse primeiro período foi ter, com muita coragem, participado do Congresso Nacional de Esperanto em menos de três meses da sua chegada, o que resultou em um artigo com a foto de 'Abdu'l-Bahá publicado na mídia local.
Mais artigos foram publicados como resultado das viagens que Leonora fez pelo Brasil, perpassando o território brasileiro do Rio de Janeiro a Manaus, sempre fazendo contatos com pessoas interessadas e editores de jornais.
Foi em Salvador, Bahia, que teve a oportunidade de dedicar-se mais à Fé, realizando muitas palestras. Lá os primeiros bahá’ís do Brasil se declararam. Leonora fez diversas traduções para o português, espanhol e braille. Iniciou e inspirou atividades sociais e humanitárias - escola para órfãos, apoio a refugiados de guerra e adoção de crianças. Durante um surto de cólera no Ceará, seu trabalho social teve reconhecimento público como “a enfermeira dos pobres”.
A primeira Assembleia Espiritual Local do Brasil - e da América Latina - foi eleita em Salvador após 20 anos de árduo trabalho para o progresso da Causa. Depois do casamento com o inglês Harold Armstrong, em 1941, o casal foi para o Rio de Janeiro e, em 1946, ajudou a estabelecer a segunda Assembleia Local do país. Seu trabalho como pioneira também foi essencial para que a cidade de São Paulo pudesse eleger sua Assembleia no ano seguinte, atraindo um grande número de pessoas à Fé Bahá’í com sua eloquência e seu exemplo de serviço às comunidades pelas quais passava.
Com o passar dos anos, comunidades foram formadas em diversas regiões do país, com o surgimento de novas Assembleias Locais em São Caetano, Campinas, Curitiba e Porto Alegre; e de grupos de bahá’ís em Recife, Belo Horizonte, Cachoeira Dourada, Mogi Mirim, Poços de Caldas e Santos; além de indivíduos bahá’ís em cidades dos estados do Pará, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná. Enfim, na esperada Convenção Nacional no Ridván de 1961 elegeu-se a primeira Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil, retratando o avanço da comunidade brasileira diante do empenho de Leonora e dos demais bahá’ís do país.
Após o falecimento de seu esposo, em 1973, Leonora foi designada pela Casa Universal de Justiça para servir como Conselheira Continental para a América do Sul, juntamente com Peter McLaren e Raul Pavón - função que desempenhou com o amor e a dedicação de sempre. Já com a saúde muito debilitada, aos 84 anos ela voltou para Salvador a convite da Assembleia Nacional, passando a viver sob os cuidados de uma família bahá’í. Mesmo com as fortes dores no corpo, continuou com seu trabalho de tradução deitada em seu leito.
Dona Leonora, como ficou conhecida pelos amigos e admiradores, deixou uma vida de conforto nos Estados Unidos, onde tinha a companhia de amigos e familiares, o emprego que gostava, um bom salário e moradia confortável para iniciar sozinha no Brasil o trabalho de divulgação da Fé. Seu amor pela Causa e por aqueles que se levantavam para servir fizeram-na superar todas as dificuldade pelas quais passou. E nos momentos de desalento, as doces palavras do Guardião a encorajava a seguir com seu trabalho.
Ela ascendeu ao mundo espiritual no dia 17 de outubro de 1980. Ficaram os frutos que plantou nos quase 60 anos que se dedicou ao progresso da sociedade brasileira e a lembrança da grande mulher que nos inspira até os dias de hoje a seguir trabalhando pela melhora do mundo.
Para saber mais sobre a vida de Leonora, leia:
"Leonora Armstrong - A Mãe Espiritual da América do Sul e do Brasil". Marques, Gabriel. Editora Bahá'í.
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