Grupo de Sete Deveria Ser Libertado Imediatamente
(14 de maio de 2009) Sete lideranças bahá'ís detidas na prisão de Evin, Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie, Mahvash Sabet, Behrouz Tavakkoli e Vahid Tizfahm, deveriam ser imediata e incondicionalmente libertadas, disse hoje a Campanha Internacional por Direitos Humanos no Irã. Seis membros do grupo foram presos há exatamente um ano; Mahvash Sabet fora presa em 5 de março de 2008.
“A detenção ilegal e injusta desses sete líderes bahá'ís, que mais uma vez demonstra uma política de opressão a uma minoria religiosa, precisa chegar ao fim”, afirmou Aaron Rhodes, porta-voz da Campanha. “O grupo tendo negados seus direitos civis básicos, uma vez que não podem encontrar com sua advogada e nem foram formalmente acusados de nenhum crime.”
Os familiares dos detidos disseram ter recebido informação de que as acusações contra eles serão Mofsed-e fel-Arz, ou “disseminar a corrupção na terra”, uma acusação que resulta em pena de morte. Esta mesma acusação foi levantada contra as lideranças bahá'ís imediatamente após a Revolução Islâmica como justificativa para sua execução.
Alireza Jamshidi, o porta-voz do Judiciário, anunciou em 17 de fevereiro de 2009 que uma audiência do tribunal para o grupo seria agendada dentro de uma semana, mas nenhuma audiência foi de fato anunciada ou realizada.
“Estas acusações são extremamente sérias e o governo iraniano deveria fazê-las apenas com base em evidências verificáveis, ou libertar os detidos”, disse Rhodes.
A Fé Bahá'í no Irã conta com cerca de 300 mil seguidores, o que os torna a maios minoria religiosa não-muçulmana no país. Em anos recentes, a perseguição contra os bahá'ís tem se intensificado, incluindo a dessecração de cemitérios, detenções arbitrárias, invasão de residências, confisco de propriedade, expulsão do trabalho e negativa de acesso a direitos civis básicos. Os jovens bahá'ís iranianos continuam sem acesso à educação superior, e qualquer universidade que tenha bahá'ís entre seus alunos recebe ordens de expulsá-los. Profissionais bahá'ís não podem ter empregos governamentais e enfrentam discriminação de empresas privadas por causa de sua religião. Perseguições são realizadas também por cidadãos comuns: existem relatos, por exemplo, de carros e residências de bahá'ís que foram vandalizadas. Mesmo aqueles que se levantam em sua defesa são alvejados. A advogada Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi vem sendo atacada por ter assumido o caso das sete lideranças bahá'ís.
Há hoje pelo menos 40 bahá'ís em detenção por todo o Irã. Somente no mês de abril, foram relatadas prisões em seis cidades.
Bahá'ís libertados sob fiança são obrigados a pagar quantias exorbitantes. Aziz Samandari e Jinous Sobhani, ex-secretário do Centro de Defensores pelos Direitos Humanos, foram ambos libertados em 11 de março mediante pagamento de fiança de 700 milhões de Riales (aproximadamente US$73.000). Didar Raoufi, Payam Aghsani e Nima Haghar foram libertados no mesmo dia e tiveram de pagar a mesma quantia. Shahrokh Taef foi libertado seis dias depois em 17 de março de 2009, tendo que pagar a mesma quantia.
A Campanha Internacional por Direitos Humanos no Irã urge o governo do Irã para que atenda os padrões internacionais de direitos humanos e civis e que responda pelas detenções de todos os bahá'ís no Irã. A Campanha conclama os líderes iranianos a investigar qualquer crime discriminatório contra os bahá'ís e a permitir que os jovens bahá'ís tenham a oportunidade de cursar a universidade.
“A continuada perseguição da comunidade bahá'í no Irã degrada a toda as pessoas no Irã”, afirmou Rhodes. “A detenção arbitrária e o alvejamento de membros de uma única comunidade não devem ser tolerados em nenhum país, incluindo o Irã.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário