Genebra – O documento final da Conferência de Revisão de Durban contou com o apoio da delegação governamental brasileira. De acordo com o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, ao aprovar a nova agenda, o Brasil estreita seu compromisso promoção da igualdade racial.
“A aprovação reforça nossa estratégia de luta anti-racista. Não aceitamos aqui ser satélite de disputa entre extremos”, afirma Edson Santos. “Vamos seguir na nossa luta cotidiana por orçamento, pela construção do Plano Nacional de Igualdade Racial. Sendo pactuado no governo, o plano vai se traduzir em diretriz para a aprovação da lei orçamentária.”
Para a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, da missão política do Brasil em Genebra, entre os avanços no documento final da conferência está o destaque às ações afirmativas, a abertura de espaço para as questões de orientação sexual e o reconhecimento da religião como um direito individual.
Na avaliação da vereadora de Salvador, Olívia Santana (PCdoB), a dificuldade para encontrar um consenso mostra o quanto cenário para o combate ao racismo é frágil na perspectiva global.
“Impressionante como Israel não está na conferência, mas sabota in loco o encontro e chega a parar as mesas de debates com manifestações. Ainda assim tivemos êxito com o documento final. Apesar do Irã, do debate sobre Oriente Médio se impondo, conseguimos avançar nesse documento”, diz Olívia.
A deputada federal Janete Pietá (PT-SP), que também acompanha a conferência em Genebra, reconheceu a importância do debate e dos encaminhamentos serem levados para o Congresso Nacional.
“Vamos levar o documento final ao presidente da Casa e pedir que seja retomada a comissão especial do Estatuto da Igualdade Racial e também iremos questionar o Senado sobre a discussão de cotas”, afirma Janete.
“No Brasil, chamaremos uma nova audiência com a sociedade civil para apresentar os resultados da Conferência de Revisão, que deixará uma lacuna ao não ter promovido uma reunião de parlamentares, a exemplo do que ocorreu em Durban.”
Extraído do blog Avaliação de Durban - Genebra 2009
Clique aqui para ler o documentos final assinado pelo governos participantes da Conferência (20 páginas).
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