
(Publicado no Estadão em 11 de novembro de 2007)
Adriana Carranca
Está em discussão na Organização das Nações Unidas (ONU) a aprovação de uma nova resolução para monitorar violações aos direitos humanos que estariam sendo cometidas pelo governo do Irã contra seguidores da Fé Bahá´í, fundada em 1844.
Desde a Revolução Islâmica, entidades de direitos humanos estimam que 250 bahá´ís tenham sido executados sem julgamento no Irã. O regime teocrático não reconhece a religião em sua Constituição, como ocorre com o cristianismo e o judaísmo. A resolução deve ser aprovada até o fim do mês.
Desde que foi fundada a religião bahá´í, estima-se que mais de 20 mil seguidores tenham sido mortos. A advogada paquistanesa Asma Jahangir, relatora especial da ONU para liberdade de religião e crença, desde 2004 acusa o governo de Mahmoud Ahmadinejad de apertar o cerco contra os bahá´ís. O governo teria determinado aos militares monitorar as atividades dos seguidores da fé.
''Com a Revolução Islâmica, de 1979, locais sagrados foram confiscados, os bahá?ís impedidos de entrar na universidade ou de receber aposentadoria e demitidos. As assembléias locais, presentes em cada cidade e país, foram banidas e seus integrantes mortos. Agora, está havendo um novo estrangulamento intelectual contra os seguidores. Até o passaporte lhes é negado'', diz Washington Araújo, diretor de comunicação da Comunidade Bahá´í no Brasil. O governo iraniano nega as acusações.
Na década de 1980, mais de 50 mil bahá´ís que deixaram o Irã para se refugiar em outros países, inclusive o Brasil. Com mais de 7 milhões de seguidores no mundo - 2 milhões deles na Índia, 350 mil no Irã e 150 mil dos Estados Unidos -, a religião bahá´í está entre as dez maiores do mundo e é a segunda mais espalhada, com presença em 178 países, segunda a enciclopédia britânica.
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